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Uber revela suas finanças e destaca crescimento de vendas

O colosso do transporte compartilhado mais do que dobrou as reservas brutas em 2016, para US$ 20 bilhões

Uber: a receita líquida foi de US$ 6,5 bilhões, e o prejuízo líquido ajustado foi de US$ 2,8 bilhões (Brendan McDermid/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2017 às 17h36.

São Francisco - O Uber Technologies não tem a obrigação de divulgar suas finanças, mas a empresa de capital fechado decidiu, pela primeira vez, abrir mão desse luxo.

O Uber disse que o crescimento de sua receita está superando as perdas e espera demonstrar que o negócio está em uma trajetória forte na tentativa de enfrentar uma sequência recente de escândalos.

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O colosso do transporte compartilhado mais do que dobrou as reservas brutas em 2016, para US$ 20 bilhões, segundo informações financeiras compartilhadas pelo Uber com a Bloomberg.

A receita líquida foi de US$ 6,5 bilhões, e o prejuízo líquido ajustado foi de US$ 2,8 bilhões, excluindo a divisão chinesa, vendida no último verão boreal.

O Uber não quis informar os números para o primeiro trimestre e afirmou que eles estavam em sintonia com as expectativas, mas que a empresa ainda não os tinha apresentado aos investidores.

A companhia declarou que está satisfeita por ver que o crescimento da receita superou amplamente as perdas no ano passado e que seu negócio ainda anda bem neste ano apesar de enfrentar uma polêmica constante.

“Temos a sorte de ter uma empresa saudável e em crescimento, fato que nos dá margem para realizar as mudanças que sabemos que são necessárias na gestão e na contabilidade, na nossa cultura e na organização, e no nosso relacionamento com os motoristas”, escreveu Rachel Holt, diretora da divisão de caronas compartilhadas do Uber nos EUA, em um comunicado enviado por e-mail.

Êxodo

Nos últimos meses, o Uber sofreu um êxodo de altos executivos enquanto a companhia investiga acusações de assédio sexual e uma cultura de trabalho tóxica.

O Uber enfrenta uma queixa pela tecnologia para carros autônomos da Waymo, uma divisão da Alphabet; a empresa deu para trás com um programa chamado Greyball, que era utilizado para enganar servidores públicos; e pediu desculpas depois que seu CEO foi filmado brigando com um motorista.

Travis Kalanick, o CEO, disse que ele está procurando um diretor operacional para ajudar a resolver a questão.

Os negócios do Uber são enormes e estão crescendo. Nos últimos três meses de 2016, as reservas brutas aumentaram 28 por cento em relação ao trimestre anterior, para US$ 6,9 bilhões.

A empresa gerou US$ 2,9 bilhões em receita, um crescimento de 74 por cento em relação ao terceiro trimestre. O prejuízo subiu 6,1 por cento no mesmo período, para US$ 991 milhões.

Embora o ritmo de crescimento das vendas em comparação com as perdas seja encorajador, o Uber ainda perde muito dinheiro, disse Evan Rawley, professor de Administração da Columbia University.

“É muito dinheiro para gastar em um trimestre”, disse ele. Jeff Jones, o ex-presidente de caronas compartilhadas da empresa, que pediu demissão no mês passado, brincava com o pessoal dizendo que ele entrou no Uber esperando P&L, ou seja, uma declaração de lucros e perdas (na sigla em inglês), mas só achou o L de perdas.

Desde sua fundação em 2009, o Uber consumiu pelo menos US$ 8 bilhões. A empresa disse que tem disponíveis US$ 7 bilhões de caixa e uma linha de crédito de US$ 2,3 bilhões sem usar.

“O Uber é uma empresa única, para o bem e para o mal. Ela vai ser um caso de estudo”, disse Aswath Damodaran, professor de Finanças da New York University. “Ela é uma máquina de gastar dinheiro.”

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