Negócios

Troca de e-mails na Petrobras critica ;visão mercantilista;

Uma troca de correspondência eletrônica no dia 27 de fevereiro deste ano, entre um funcionário da Petrobras da unidade da Bahia -o geofísico Guilherme Gomes de Vasconcellos- e o diretor da área de Exploração e Produção, no Rio de Janeiro, Guilherme Estrella, é reveladora da nova forma como parte da diretoria pensa a empresa. Pelo […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Uma troca de correspondência eletrônica no dia 27 de fevereiro deste ano, entre um funcionário da Petrobras da unidade da Bahia -o geofísico Guilherme Gomes de Vasconcellos- e o diretor da área de Exploração e Produção, no Rio de Janeiro, Guilherme Estrella, é reveladora da nova forma como parte da diretoria pensa a empresa.

Pelo e-mail, remetido para outros mil funcionários da estatal, fica claro que o compromisso com resultados não é prioridade número um para alguns dirigentes da empresa. No e-mail -intitulado "A nova Petrobras"-, Guilherme Gomes de Vasconcellos sugere que o diretor Estrella faça uma troca total dos gerentes da área que, segundo ele, estiveram, nos últimos anos, comprometidos com uma visão de mercado. Em um dos trechos, Vasconcellos faz as seguintes considerações: "Nos últimos anos, nossa empresa esteve submetida a uma visão excessivamente mercantilista, inclinada fortemente ao imediatismo. O corpo gerencial fomentou a cultura nefasta do individualismo, aumentando e apoderando-se de privilégios, bonificações, gratificações e outras cositas mais gerando insatisfações, desmotivações e despretígio do corpo técnico", afirma.

Em seguida, Vasconcellos propõe uma mudança radical na gestão. "Existe uma expectativa muito forte pela mudança radical no corpo gerencial. Não podemos permitir que haja continuísmo gerencial na nova Petrobras, deslocando tão somente alguns gerentes dos cargos atuais para outras unidades e outros cargos, pois a grande maioria do corpo gerencial participou, foi conivente ou, no mínimo, foi omissa no processo de privatização e sucateamento que estava (ou está?) bastante adiantado", diz. Para finalizar, Vasconcellos afirma: "A nova Petrobras com que sonhamos está perto de se tornar realidade. Portanto, o critério deve ser a mudança e a permanência, uma exceção na escolha dos novos gerentes".

Poderia ser apenas uma carta de desabafo de um funcionário a um diretor. Afinal, no processo de modernização da Petrobras muitos empregados ficaram insatisfeitos com a forma mais agressiva de a empresa operar no mercado. Na resposta de Estrella, diretor de uma companhia que deve concorrer no mercado, ele deixa clara a sua posição em relação a forma de administrar a empresa: "Prezado Guilherme", diz o diretor. "Esteja certo de que esta também é minha firme intenção: que haja uma efetiva mudança gerencial e, mas importante, na forma de administrar a companhia, reassumindo o compromisso com o Brasil. Abraço, Estrella."

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Sentimentos em dados: como a IA pode ajudar a entender e atender clientes?

Como formar líderes orientados ao propósito

Em Nova York, um musical que já faturou R$ 1 bilhão é a chave para retomada da Broadway

Empreendedor produz 2,5 mil garrafas de vinho por ano na cidade

Mais na Exame