Negócios

Troca de cadeiras em telecomunicações debilita TIM e GVT

São Paulo - As mudanças de posições anunciadas na semana passada na Oi e na Vivo criaram amplas perspectivas de convergência entre redes de telecomunicações no Brasil, mas debilitaram a TIM Participações e a GVT, que acabaram, por ora, sem uma opção clara de oferta de serviços integrados. Para analistas, a TIM passa a ser […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - As mudanças de posições anunciadas na semana passada na Oi e na Vivo criaram amplas perspectivas de convergência entre redes de telecomunicações no Brasil, mas debilitaram a TIM Participações e a GVT, que acabaram, por ora, sem uma opção clara de oferta de serviços integrados.

Para analistas, a TIM passa a ser uma operadora "incompleta" em relação às outras, que poderão oferecer pacotes de telefonia fixa e móvel, banda larga e TV por assinatura. A GVT, apesar de uma posição mais confortável, fica inclinada a buscar novas formas de atuação.

"Pode chegar um momento lá na frente em que haja necessidade de (a TIM) integrar as redes, embora os negócios em telefonia móvel estejam indo bem", afirmou o analista Luiz Fernando Azevedo, do Bradesco.

Na semana passada, a espanhola Telefónica finalmente encerrou sua disputa com a Portugal Telecom e acertou a compra da fatia da sócia portuguesa na Vivo. Ao mesmo tempo, a Portugal Telecom acertou a aquisição de 22,4 por cento da Oi, mantendo presença no mercado brasileiro.

A Telefónica conseguiu com a operação avançar na integração de seus serviços de telecomunicações, o que melhora as perspectivas dos negócios em telefonia fixa com a controlada Telesp, segundo analistas, ao mesmo tempo em que reforça a competitividade no serviço de longa distância.

Enquanto isso, a Oi, que já atua tanto em telefonia fixa quanto móvel, deve apostar mais na estratégia de convergência de serviços incluindo banda larga e TV paga, em meio ao encolhimento no negócio de telefonia fixa.

O mercado também aguarda movimentações da mexicana América Móvil, do bilionário Carlos Slim, que atua no Brasil por meio da Claro, segunda maior operadora móvel do país em clientes, e da Net, operadora de TV a cabo, além da empresa de longa distância Embratel.

"O Slim vai tentar unificar suas operações, todo mundo sabe disso. A questão agora é quando vai fazer isso", destacou o analista Leonardo Nitta, do BB Investimentos.  


Com isso, a TIM fica em desvantagem pela formação de três grandes grupos com atuação maior que a dela pela oferta combinada de diversos serviços.

"Essa tendência de convergência deve se consolidar e se focar nisso é importante para as empresas de telefonia como um todo. De cara, isso não deve afetar o lucro final da TIM, mas ela fica mais frágil, porque é a única que ficou atuando meio que só em telefonia móvel", disse o analista Alex Pardellas, do Banif Securities.

Devido aos altos investimentos, o setor de telefonia exige escala das empresas, o que significa necessidade de se ter uma base crescente de clientes ativos.

Em telefonia fixa, a GVT se beneficia de não ter as obrigações regulatórias de uma concessionária. "A rede da GVT é bem moderna e eficiente, isso garante uma vantagem. Mas pode ficar para trás por não ter nada forte no ramo móvel", disse Pardellas.

Analistas estimam que levará cerca de um ano para que a convergência entre redes do setor comece a apresentar frutos mais concretos, dadas as pendências legais e investimentos iniciais necessários.

Parcerias são alternativas

Uma das formas mais aceitas pelos analistas para que TIM e GVT resolvam suas relativas deficiências frente a rivais seria a formação de parcerias.

"A GVT fica um pouco na contramão das perdas de telefonia fixa, porque se foca em um nicho de alto padrão e vem agregando serviços. Mas ela ainda tem a opção de entrar na telefonia móvel", afirmou o analista Azevedo, do Bradesco.

A GVT, controlada pela francesa Vivendi, teria como possibilidade participar do leilão da banda H de telefonia móvel no fim do ano, a ser promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), ou mesmo formar algum tipo de parceria com outra operadora, como a própria TIM ou então Nextel.

"Uma aliança entre TIM e GVT seria muito bom para as duas empresas", afirmou Pardellas. "A TIM tem a rede Intelig (em telefonia fixa), mas que é menor que a das concorrentes."

Por enquanto, a TIM alega que prefere se concentrar na migração dos usuários da telefonia fixa para a móvel, gerando receita com serviços de voz, porém sem descuidar do crescente negócio de transmissão de dados.
 


Acompanhe tudo sobre:3GBrasil TelecomEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas francesasEmpresas italianasEmpresas portuguesasGVTOiOperadoras de celularServiçosTelecomunicaçõesTelemarTIM

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024