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Trabalho forçado gera lucros anuais de US$ 150 bi, diz OIT

Mais da metade das vítimas são mulheres

Bolivianos trabalham em ateliê de roupas: 44% das vítimas são migrantes (Nelson Almeida/AFP)
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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2014 às 06h57.

Genebra - O trabalho forçado rende lucros anuais ilegais de US$ 150 bilhões, afirma um estudo divulgado nesta segunda-feira pela Organização Internacional do Trabalho ( OIT ), que revela que mais da metade das vítimas são mulheres.

O relatório se baseia em dados primários, não em estimativas e, pela primeira vez demonstra a correlação entre trabalho forçado e pobreza.

O trabalho forçado tem como base um elemento de coação, ou seja, exercer uma atividade sem consentimento prévio e sem a possibilidade de deixar de realizá-la.

Segundo as estimativas mundiais da OIT, ao redor de 55% das vítimas são mulheres, já que em atividades como a exploração sexual comercial e o trabalho doméstico a grande maioria das vítimas são mulheres e meninas.

Além disso, outra das conclusões da OIT é que 44% das vítimas são migrantes, internos ou externos.

Os novos números se baseiam nos dados da OIT divulgados em 2012 que estimavam o número de vítimas do trabalho forçado, do tráfico humano e da escravidão moderna em 21 milhões.

A grande maioria, 90%, se dá na economia privada, em contraposição à exploração exercida pelo Estado (trabalho carcerário não regulamento, recrutamento forçado de crianças no Exército, etc.).

Os lucros gerados pelo trabalho forçado são ilegais por definição, lembra o estudo, que indica que esse tipo de atividade rende US$ 150 bilhões por ano.

Do total estimado, dois terços - US$ 99 bilhões -, vêm da exploração sexual comercial, enquanto US$ 51 bilhões da exploração forçada com fins econômicos, o que abrange o trabalho doméstico, a agricultura e outras atividades econômicas.

Destes, o lucro gerado pelo trabalho forçado na agricultura, incluindo a silvicultura e a pesca, é estimado em US$ 9 bilhões por ano.

Esses números foram calculados em função da diferença entre o valor agregado correspondente ao trabalho e os salários efetivamente pagos às vítimas do trabalho forçado nesse setor.

Os lucros gerados na construção, indústria, mineração e outros serviços são estimados em US$ 34 bilhões de dólares por ano.

O relatório considera, além disso, que os patrões de trabalhadores domésticos em condições de trabalho forçado economizam cerca de US$ 8 bilhões por ano com o não pagamento ou com um salário inferior ao devido.

Essas economias foram calculadas de acordo com a diferença entre o salário que o trabalhador doméstico deveria receber e o que realmente é pago às vítimas do trabalho forçado.

O estudo indica que é possível estimar que os empregados domésticos em situações de trabalho forçado recebem em média 40% do valor que deveriam.

A região da Ásia-Pacífico é a que concentra o maior número de vítimas do trabalho forçado, cerca de 12 milhões de pessoas (56% do total), enquanto os países da Europa Central, Sudeste e Oriental (que não são membros da União Europeia) e a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) têm a maior taxa de prevalência com 4,2 vítimas por cada mil habitantes.

Em relação aos lucros anuais gerados pelo trabalho forçado, US$ 12 bilhões correspondem à América Latina.

A principal conclusão do relatório é a correlação entre pobreza e trabalho forçado, pois a população pobre está mais sujeita a esse tipo de relação trabalhista.

São Paulo - Estima-se que existam, hoje, 29,8 milhões de pessoas que vivem em regime de escravidão. A África é o continente que tem a maior concentração de escravos no mundo. A região do Paquistão e Índia também não ficamuito atrás (a Índia, inclusive, é o país que mais tem escravos em números brutos: quase 14 milhões de pessoas). Os dados são do Global Slavery Index, que estima o número de escravos nas nações. O ranking foi feito respeitando a proporção sobre a população geral dos países. Se apenas o número absoluto de escravos fosse considerado, ele ficaria bastante diferente, com países mais populosos do mundo tomando a liderança, mas ainda forte presença de nações africanas: Índia, China, Paquistão, Nigéria, Etiópia, Rússia, Tailândia, Congo, Mianmar e Bangladesh. Na lista de 162 países, o Brasil aparece em 94º lugar, com um número estimado de 209.622 escravos. Confira os países que têm o maior número de escravos (em relação a sua população total).
  • 2. 2. Haiti

    2 /21(AFP)

  • Veja também

    Número estimado de escravos: 209.165
    Número mínimo e máximo de escravos: 200.000-220.000
    População do país: 10.173.775
  • 3. 3. Paquistão

    3 /21(Sallah Jan/AFP)

  • Número estimado de escravos: 2.127132
    Número mínimo e máximo de escravos: 2.000.000-2.200.000
    População do país: 179.160.111
  • 4. 4. Índia

    4 /21(Dibyangshu Sarkar/AFP)

    Número estimado de escravos: 13.956.010
    Número mínimo e máximo de escravos: 13.300.000-14.700.000
    População do país: 1.236.686.732
  • 5. 5. Nepal

    5 /21(Wikimedia Commons)

    Número estimado de escravos: 258.806
    Número mínimo e máximo de escravos: 250.000-270.000
    População do país: 27.474.377
  • 6. 6. Moldávia

    6 /21(Wikimedia Commons)

    Número estimado de escravos: 33.325
    Número mínimo e máximo de escravos: 32.000-35.000
    População do país: 3.559.541
  • 7. 7. Benim

    7 /21(Dan Kitwood/Getty Images)

    Número estimado de escravos: 80.371
    Número mínimo e máximo de escravos: 76.000-84.000
    População do país: 10.050.702
  • 8. 9. Gâmbia

    8 /21(wikimedia commons)

    Número estimado de escravos: 14.046
    Número mínimo e máximo de escravos: 13.000-15.000
    População do país: 1.791.225
  • 9. 10. Gabão

    9 /21(Wikimedia Commons)

    Número estimado de escravos: 13.707
    Número mínimo e máximo de escravos: 13.000-14.000
    População do país: 1.632.572
  • 10. 11. Senegal

    10 /21(Wikimedia Commons)

    Número estimado de escravos: 102.481
    Número mínimo e máximo de escravos: 98.000-110.000
    População do país: 13.726.021
  • 11. 12. Etiópia

    11 /21(John Lavall/Wikimedia Commons)

    Número estimado de escravos: 651.110
    Número mínimo e máximo de escravos: 620.000-680.000
    População do país: 91.728.849
  • 12. 13. Serra Leoa

    12 /21(Chris Hondros / Getty Images)

    Número estimado de escravos: 44.644
    Número mínimo e máximo de escravos: 42.000-47.000
    População do país: 5.978.727
  • 13. 14. Togo

    13 /21(Getty Images)

    Número estimado de escravos: 48.794
    Número mínimo e máximo de escravos: 46.000-51.000
    População do país: 6.642.928
  • 14. 15. Cabo Verde

    14 /21(Wikimedia Commons)

    Número estimado de escravos: 3.688
    Número mínimo e máximo de escravos: 3.500-3.900
    População do país: 494.401
  • 15. 16. Eritreia

    15 /21(Wikimedia Commons)

    Número estimado de escravos: 44.452
    Número mínimo e máximo de escravos: 42.000-47.000
    População do país: 6.130.922
  • 16. 17. Guiné

    16 /21(AFP)

    Número estimado de escravos: 82.198
    Número mínimo e máximo de escravos: 78.000-86.000
    População do país: 11.451.273
  • 17. 18. Gana

    17 /21(Adadevoh David/AFP)

    Número estimado de escravos: 181,038
    Número mínimo e máximo de escravos: 170,000-190,000
    População do país: 25,366,462
  • 18. 19. Congo

    18 /21(Wikimedia Commons / Jomako)

    Número estimado de escravos: 30.889
    Número mínimo e máximo de escravos: 29.000-32.000
    População do país: 4.337.051
  • 19. 20. Guine-Bissau

    19 /21(Wikimedia Commons)

    Número estimado de escravos: 12.186
    Número mínimo e máximo de escravos: 12.000-13.000
    População do país: 1.663.558
  • 20. 20. Camarões

    20 /21(Wikimedia Commons)

    Número estimado de escravos: 153.258
    Número mínimo e máximo de escravos: 150.000-160.000
    População do país: 21.699.631
  • 21. Agora, veja os países que mais investem no combate à pobreza

    21 /21(Wikimedia Commons)

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