Exame Logo

Termina prazo de adesão à ação nos EUA contra Petrobras

Prazo para investidores aderirem a ação coletiva nos Estados Unidos de perdas financeiras contra a Petrobras termina hoje

Sede da Petrobras: advogados listaram uma série de fatos envolvendo a Petrobras que provocaram a deterioração dos negócios (Sergio Moraes/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2015 às 16h00.

Rio de Janeiro - Termina nesta sexta-feira (6) o prazo de adesão de investidores interessados em participar, nos Estados Unidos , da class action - ação popular coletiva de perdas financeiras contra a Petrobras .

O advogado André de Almeida, coautor da ação com o escritório americano Wolf Popper, disse hoje,  em nota, que “a Petrobras terá momento processual adequado para se defender das alegações associadas à má governança corporativa e suspeitas de fraudes”.

A assessoria de imprensa do escritório Almeida Advogados informou que a expectativa é que a ação corra no prazo de até dois anos, na Corte Sul do Distrito de Nova York, onde o juiz da causa, Judge Rakoff, deverá unir todos os pleitos formulados, iniciando, então, a fase judicial do processo.

Podem participar da class action quaisquer investidores, brasileiros ou estrangeiros, que tenham adquirido ações da Petrobras nos Estados Unidos, conhecidas como ADRs (sigla, em inglês, de American Depositary Receiptes).

Na petição que será entregue ainda hoje à Justiça norte-americana constam casos de aposentados brasileiros que perderam, respectivamente, US$ 1,5 milhão e US$ 638 mil.

De acordo com a nota divulgada por André de Almeida, esses investidores “não são tubarões de mercado, grandes e suspeitos bancos ou aparelhados fundos de pensão. São real people (pessoas de verdade), que perderam real money (dinheiro de verdade)”.

A ideia é mostrar à Justiça dos Estados Unidos que a má governança corporativa da Petrobras afetou toda a sociedade na qual está inserida, e que os fatos deflagrados pela Operação Lava Jato, iniciada em março do ano passado, prejudicaram os investidores da empresa.

Os escritórios Wolf Popper e Almeida Advogados listaram uma série de fatos envolvendo a Petrobras, entre 2010 e 2014, que provocaram a deterioração dos negócios da companhia e prejuízo para seus acionistas.

Eles pedem indenização para os investidores “que acreditaram em seu plano de negócios [da Petrobras] e em suas declarações públicas ao mercado”.

São réus na ação, além da própria Petrobras, membros da diretoria da estatal, incluindo a ex-presidente Graça Foster , e bancos brasileiros  e estrangeiros que participaram da emissão de títulos da dívida da empresa em Nova York.

São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das ações despencando e produção de petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
  • 2. Investigação sobre propina

    2 /11(Sérgio Moraes/Reuters)

  • Veja também

    Em fevereiro, ex-funcionários da holandesa SBM, que aluga navios-plataformas, fizeram denúncias que apontam que empregados da Petrobras receberam propina para fechar negócios. O processo indica que funcionários e intermediários da petroleira receberam cerca de 140 milhões de dólares. A Petrobras abriu uma auditoria interna para apurar as denúncias. Segundo Graça, os primeiros resultados da auditoria levaram 30 dias para sair. A Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados aprovou hoje requerimento para que a empresa esclareça tais irregularidades.



  • 3. Endividamento bilionário

    3 /11(REUTERS/Nacho Doce)

  • A captação de  8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.

  • 4. Queda da produção

    4 /11(Pedro Lobo/Bloomberg News)

    Em 2013, a produção de petróleo da Petrobras caiu 2,5% no Brasil. Neste ano, em janeiro, a produção também recuou.  No primeiro mês do ano, a produção total de petróleo e gás natural ficou 2,2% abaixo do total produzido em dezembro de 2013, quando atingiu 2,36 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Segundo a empresa, a interrupção da produção em duas unidades instaladas na Bacia de Campos e a venda de participação no Parque das Conchas impactaram a produção do período.


  • 5. Multa bilionária

    5 /11(REUTERS/Sergio Moraes)

    Entre outubro de 2013 e janeiro deste ano, a Petrobras recebeu cinco autuações da Receita Federal que somam 8,7 bilhões de reais. As informações estão no prospecto preliminar publicado na Securities and Exchange Comission (SEC), regulador do mercado de capitais da América do Norte. A Petroleira informou que já apresentou recursos em todos os casos. O processo ainda está em fase de julgamento.

  • 6. Ações despencaram

    6 /11(Alexandre Battibugli/EXAME)

    No final do mês passado, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras caíram  para o menor nível desde 2005 após a divulgação de que a dívida líquida da empresa havia crescido 50% no último ano. Os papéis preferenciais da empresa tiveram a maior queda da bolsa de São Paulo no dia 26 de fevereiro. As ações fecharam o dia cotadas a 13,70 reais, seu menor valor desde 27 de dezembro de 2005.

  • 7. Valor de mercado menor

    7 /11(Dado Galdieri/Bloomberg)

    A Petrobras foi a empresa que mais encolheu em valor de mercado no mês de fevereiro deste ano.
    Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.

    No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.

  • 8. Preço do dólar divergente

    8 /11(Bruno Domingos/Reuters)

    Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.

    A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
  • 9. Preço do combustível

    9 /11(Divulgação/Petrobras)

    A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico  reajuste no preço do combustível.

    A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.

  • 10. Independência do governo

    10 /11(Francois Lenoir/Reuters)

    No mês passado, Silvio Sinedino, funcionário da Petrobras há 26 anos e presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), ganhou o direito de ocupar uma cadeira no conselho de administração da estatal. Ao que tudo indica, Sinedino quer deixar claro que os funcionários da companhia não compactuam com a ideia de que as decisões da empresa teriam de estar totalmente alinhadas às decisões do Governo Federal. Hoje o conselho da Petrobrás é formado por dez membros, sete indicados pelo governo, um pelos acionistas minoritários de ações minoritárias, um pelos acionistas de ações preferenciais e um pelos empregados.





  • 11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país

    11 /11(AGÊNCIA BRASIL)

  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstados Unidos (EUA)Estatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoPaíses ricosPetrobrasPetróleo

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Negócios

    Mais na Exame