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Telecom Italia amplia gastos e desacelera redução de dívida

A empresa divulgou nova queda nas vendas e no lucro, mas disse que o ritmo do declínio estava desacelerando, enquanto amplia os gastos em redes móveis e fixas


	Telecom Italia: a companhia está altamente endividada
 (Max Rossi/Reuters)

Telecom Italia: a companhia está altamente endividada (Max Rossi/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 17h41.

Milão/Londres - A Telecom Italia divulgou nesta sexta-feira nova queda nas vendas e no lucro, mas disse que o ritmo do declínio estava desacelerando, enquanto a empresa amplia os gastos em redes móveis e fixas mais rápidas na Itália e no Brasil, onde controla a TIM Participações.

Ao divulgar seu novo plano de investimentos, a companhia altamente endividada disse que gastará 14,5 bilhões de euros (16,4 bilhões de dólares) nos próximos três anos em mais cabos de fibra óptica na Itália e na ampliação de sua rede de celular no Brasil.

Como resultado, alertou que terá de economizar recursos, então não haverá retomada do pagamento de dividendos para ações ordinárias e demorará mais para reduzir sua dívida líquida de 26,65 bilhões de euros, que caiu apenas 156 milhões de euros no ano passado.

O presidente-executivo da Telecom Italia, Marco Patuano, descartou nesta sexta-feira qualquer aquisição, tanto na Itália como no Brasil, onde a TIM é a segunda maior operadora de celular depois da Vivo, da Telefónica.

Após ter perdido para a Telefónica a oferta de compra da operadora de banda larga GVT no ano passado, Patuano foi incumbido pelo Conselho da empresa italiana a considerar a possibilidade de comprar a Oi que, apesar de ser a menor das quatro principais operadoras de celular no Brasil, tem a maior rede fixa do país. Mas ele disse nesta sexta-feira não ter encontrado nenhum atrativo na Oi.

"Levamos apenas 45 dias para realizar a due dilligence na GVT, enquanto estamos trabalhando na Oi há quatro meses e concluímos que criar valor não é tão óbvio", disse.

No entanto, ele não descartou a possibilidade de a TIM ser vendedora no Brasil. "Não sairíamos do Brasil, dada a oportunidade de mercado no país, mas isso não significa que se alguém colocar o valor correto nós não sentaríamos para conversar", acrescentou. No ano passado, a Oi disse estar considerando uma oferta pela TIM, mas a operadora também bastante endividada ainda precisa realizar uma oferta definitiva, já que recentemente estava concentrada na venda de sua subsidiária PT Portugal.

As ações da Telecom Italia fecharam em queda de 1,4 por cento nesta sexta-feira, a 1,013 euro. As ações da companhia subiram 18 por cento nos últimos 12 meses, impulsionadas pela expectativa de consolidação na indústria e melhora nas perspectivas de mercado, mas os papéis ainda estão subavaliados na comparação com suas rivais, devido a preocupações sobre a dívida da companhia.

Já as ações da TIM caíram 3,58 por cento nesta sexta-feira, para 12,38 reais.

Os gastos com investimentos no ano passado subiram 13 por cento, para 4,98 bilhões de euros, mas a companhia disse nesta sexta-feira que precisava gastar para a construção de redes mais rápidas para atender a crescente demanda por pacotes "combo".

No fim do ano passado, a rede 4G da Telecom Italia cobria 80 por cento da população italiana e 131 cidades tinham cabos de fibra óptica.

Mas o presidente do Conselho, Giuseppe Recchi, disse nesta sexta-feira que havia pouca chance atualmente de a empresa adquirir a companhia de banda larga Metroweb para impulsionar seu programa de expansão.

As receitas do grupo em 2014, que incluem a consolidação de seu negócio no Brasil, caíram 7,8 por cento, para 21,6 bilhões de euros, enquanto o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 7,9 por cento, para 8,8 bilhões de euros.

Sob o novo plano de investimentos, a companhia disse esperar ter Ebitda doméstico crescendo novamente em 2017, quando a dívida líquida ajustada deve cair para 2,5 vezes o Ebitda, do atual múltiplo de três. Em seu plano anterior, a empresa previa reduzir a dívida para 2,1 vezes o Ebitda em 2016.

A TIM, por sua vez, divulgou na semana passada queda de 7,7 por cento em seu lucro líquido no quarto trimestre, refletindo a continuidade do impacto da queda das receitas de interconexão e de SMS.

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