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A sustentabilidade por trás de um copo de negroni

Do selo Lixo Zero ao lançamento de uma garrafa ecológica, Campari avança na agenda ESG, frente que conta com investimento significativo

Fábrica da Campari, em Suape (PE): capacidade de produção de 18 mil garrafas por hora (Campari/Divulgação)
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Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 16h45.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 11h59.


Sinônimo de um dos drinques mais festejados da atualidade, o negroni, a Campari desenvolveu uma sólida agenda ESG que nem todo mundo conhece. Não à toa, uma parte significativa do orçamento da companhia no Brasil é direcionada para projetos que visam melhorar aspectos ambientais, sociais e de governança. Eles são executados tanto pela empresa quanto por fornecedores, parceiros e colaboradores.

Selo Lixo Zero

A única fábrica de uma marca de destilados no Brasil que recebeu a certificação Lixo Zero, por sinal, é da Campari. Fica em Suape, em Pernambuco, onde a companhia produz tanto seu famoso aperitivo, o Campari, quanto o Aperol, entre outras bebidas de seu vasto portfólio.

O selo Lixo Zero foi concedido em maio de 2022. Uma rigorosa auditoria atestou que a fábrica em Suape descarta corretamente 98,5% dos resíduos gerados. Ela também é a única de Pernambuco — e a primeira no Brasil que pertence a uma marca italiana — a obter essa importante certificação. A conquista se deve à parceria firmada com a Co.Circular, empresa especializada em ajudar companhias a zerar a produção de resíduos.

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A certificação é concedida pelo Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), vinculado à Zero Waste International (ZWIA). A metodologia imposta por essas duas entidades determina que o envio de resíduos para aterros, assim como a incineração deles, precisa ser reduzido em, no mínimo, 90%.

Ervas usadas na produção de Campari: receita da mistura é guardada a sete chaves (Leo Caldas/Divulgação) (Léo Caldas/Divulgação)

Campari: as metas ESG

Globalmente, a Campari traçou metas corajosas relacionadas ao meio ambiente. A neutralidade de carbono está prevista para 2050. Até o ano que vem, no entanto, a companhia irá reduzir em suas operações diretas as emissões dos gases que provocam o efeito estufa (GEE) em 55% — o objetivo, para 2030, é atingir a marca de 70%.

Outra meta traçada para 2030: diminuir as emissões de toda a cadeia de fornecimento em 30%, tendo 2019 como base.

Operação sustentável

Faltou contar que as operações diretas precisam deixar, completamente, de destinar resíduos para aterros até 2025. E que a partir desse mesmo ano todos os locais de produção na Europa só farão uso de energia 100% renovável. Esse tipo de energia corresponde, atualmente, a 88% do total utilizado por todas as fábricas do grupo. Em 2024, aliás, todas as empilhadeiras utilizadas pela Campari do Brasil serão substituídas por modelos elétricos.

No que se refere à água, a Campari pretende reduzir o uso dela em 60% até 2025 — e em 62% até 2030, também com 2019 como referência. Outra meta é continuar a garantir o retorno de 100% das águas residuais ao meio ambiente, de forma segura, em todas as unidades produtivas. De 2019 para cá, o grupo Campari reduziu o consumo de água em 48% e o de energia, em 36%. Em relação aos gases do efeito estufa dos escopos 1 e 2, a queda foi de 46%.

Em comparação a 2021, a companhia destina para aterros, hoje em dia, um volume de resíduos 45% menor. Do total de vidro utilizado pelo grupo, 31,5% é reciclado. O volume de metal reciclado corresponde a 56,8% e o de papelão, a 64,7%.

Operação sustentável: de 2019 para cá, o grupo Campari reduziu o consumo de água em 48% e o de energia, em 36% (Leo Caldas/Divulgação) (Leo Caldas/Divulgação)

“Atualmente, na maioria das empresas, a área de supply chain é a que mais se preocupa em diminuir os impactos no meio ambiente”, diz Renata Fioravante, diretora executiva de supply chain da Campari do Brasil. “Precisamos nos preocupar não só com nossas práticas internas, mas também com a dos fornecedores — e até com a dos fornecedores dos fornecedores. Se algum deles descarta materiais em aterros, por exemplo, isso nos afeta.”

Garrafa mais sustentável

A nova garrafa de Campari — a base de todo negroni e outros drinques icônicos, como o boulevardier — também está alinhada à agenda de ESG do grupo. Disponível no Brasil desde o início de 2024, ela não mais dispõe de dosador interno, assim como a versão vendida na Itália. O acessório deixou de ser utilizado por aqui para reduzir o impacto no meio ambiente. Com o fim do dosador, a Campari no Brasil vai deixar de emitir meia tonelada de CO2 por ano.

Com design atualizado, a nova garrafa remete a Milão, cidade conhecida pela moda, pela sofisticação e pela festividade — não à toa, é onde fica a sede do grupo Campari. As linhas verticais apontam para o nome da cidade, grafado em italiano, na parte inferior do rótulo.

Novas garrafas: com o fim do dosador, a Campari no Brasil vai deixar de emitir meia tonelada de CO2 por ano (Leo Caldas/Divulgação) (Leo Caldas/Divulgação)

“A nova embalagem reflete a moda elegante e minimalista e o design contemporâneo pelos quais a cidade é conhecida. Além disso, reflete a cultura para qual a cidade dá vida, valorizando em especial o cinema, elemento que Campari sempre escolheu como forma de expressão de sua marca e da Red Passion”, diz a marca.

E completa: “A direção das linhas, com corte moderno e direto, simboliza a viagem do ritual do aperitivo de Milão para o resto do mundo, conduzindo o olhar para o nome da cidade no centro da garrafa. Além disso, o movimento dinâmico e o estreitamento das linhas refletem a vitalidade e a transformação ao longo do tempo pelas quais Milão e Campari passaram juntas, do passado ao futuro, com uma abordagem inovadora e com visão de futuro."

Parte considerável da agenda ESG da Campari tem como foco os colaboradores, chamados de camparistas — são 4,5 mil no mundo todo. Criou-se, por exemplo, uma estratégia global em prol da diversidade, da equidade e da inclusão cujo objetivo é capacitar todo mundo e encorajar todos a contribuírem com o desenvolvimento da empresa. “A diversidade de pessoas estimula o surgimento de novas ideias, o que pode ajudar a impulsionar o crescimento do negócio”, afirma Fioravante.

Um brinde à saúde

Na Campari do Brasil, dois programas ligados à saúde e ao bem-estar de funcionários e familiares resumem a preocupação da companhia em criar um ambiente de trabalho sadio. Um deles, que ganhou o nome de “Um brinde a sua saúde”, visa auxiliar, prevenir e conscientizar sobre questões de saúde.

Já o “Conte Comigo” oferece assistência jurídica, financeira e psicológica. Não à toa, 79% dos camparistas disseram o seguinte em uma pesquisa interna: “Levando tudo em consideração, eu diria que este é um ótimo lugar para trabalhar”.

Campari do Brasil: empresa mantém dois programas voltados para a saúde e para o bem-estar de funcionários e familiares (Leo Caldas/Divulgação) (Leo Caldas/Divulgação)

Os esforços da companhia para estimular o consumo responsável também estão atrelados à agenda ESG. A Campari do Brasil é parceira da Associação Brasileira de Bebidas, a Abrabe, cujo comitê de comunicação tem como principal objetivo promover conteúdos que incentivem o consumo moderado.

Uma das iniciativas desse comitê é a “Sem Excesso”, uma plataforma de conscientização sobre o consumo responsável de bebidas alcoólicas. Reúne ações offline e canais online, como fan page no Instagram, Facebook, site e YouTube. Na ativa desde 2010, a plataforma reforça o comprometimento da Campari do Brasil com toda a sociedade.

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