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Supermercados elevam previsão de crescimento em 2004

Fraca base de comparação do ano passado e bom desempenho no acumulado de vendas de 2004 levam o setor a projetar aumento real de faturamento de 2,5% a 3%

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) elevou a estimativa de crescimento das vendas reais do setor para 2004. Em janeiro, a entidade esperava um aumento de 2% sobre o ano passado. Com a retomada da economia refletindo-se em maior volume de negócios, agora a entidade aposta em um faturamento real entre 2,5% e 3% maior que em 2003. No ano passado, o setor faturou 87 bilhões de reais. Com a nova projeção, as vendas devem subir para quase 90 bilhões de reais.

"A nova previsão é muito boa, mas ainda não será suficiente para recuperarmos as perdas de 4,5% registradas em 2003", diz o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira. Ele citou dois motivos para a elevação das estimativas. O primeiro é a própria tendência de crescimento do setor. Entre janeiro e setembro, as vendas reais (deflacionadas pelo IPCA) acumulam alta de 1,77% sobre igual período do ano passado. Como comparação, Oliveira lembrou que, nos nove primeiros meses de 2003, o setor havia registrado uma retração acumulada de 2,73% sobre o mesmo intervalo do ano retrasado.

O segundo motivo é justamente o mal desempenho das vendas em 2003, o que torna a base de comparação bastante fraca e favorece a obtenção de boas taxas percentuais de crescimento no confronto com 2004. O último trimestre do ano passado apresentou sucessivos recuos nas vendas, em comparação com os mesmos meses de 2002: outubro (-9,98%), novembro (-10,57%), e dezembro (-6,82%). "Como a tendência das vendas neste ano é positiva, e a base de comparação é ruim, eu acredito particularmente que vamos chegar a 3% de incremento nas vendas", afirma Oliveira.

Setembro

Somente em setembro, houve um avanço real de 6,68% sobre o mesmo mês de 2003. Segundo Oliveira, o avanço é motivado pela queda do desemprego, dos juros menores em relação ao ano passado e da maior oferta de crédito (leia reportagem de EXAME sobre os varejistas que estão se aliando a financeiras para oferecer mais crédito aos compradores).

Os mesmos motivos estão reduzindo a inadimplência do setor. Segundo a Telecheque, empresa especializada em análise de risco de crédito, em setembro a inadimplência no segmento foi de 2,13%. Em agosto, havia sido de 2,18%. É a terceira menor taxa do ano, atrás de julho (1,88%) e junho (2,01%). Para medir a inadimplência, a Telecheque considera a soma dos valores dos cheques devolvidos, em relação ao total do setor.

As vendas reais dos supermercados apresentaram queda de 1,87% em setembro, em relação a agosto. Conforme Oliveira, trata-se de um recuo esperado, já que agosto é um mês com 31 dias e que contou com cinco finais de semana.

Vendas físicas

A Abras também apresentou, nesta terça-feira, uma nova pesquisa, em parceira com a consultoria ACNielsen. É o Índice Nacional de Volume, que analisa o desempenho do setor conforme as vendas físicas no bimestre. O índice é composto por 160 categorias de produtos. Em julho e agosto, as vendas físicas dos supermercados cresceram 2,7% sobre igual período do ano passado, com destaque para a categoria de bebidas alcóolicas (alta de 9,7%).

Já no acumulado do ano, as vendas físicas avançaram 2,8% até setembro, lideradas pelos produtos de bazar (papelaria, armarinhos, etc) e pelos doces (6,5%). O destaque negativo ficou com as bebidas não alcóolicas, cuja retração acumulada é de 4%. Nesta categoria, estão também as cervejas. Embora contenha teor alcóolico, o produto é contabilizado na categoria contrária porque, conforme Oliveira, as estratégias de comercialização e exposição do produto, bem como as motivações de compra do consumidor, em relação às cervejas, são mais semelhantes aos não alcóolicos. O frio intenso no Sul e Sudeste do país em julho e agosto desestimulou o consumo desse tipo de bebida e justificou a queda de vendas, segundo Oliveira.

Fim de ano

As festas de final de ano serão importantes para o cumprimento da nova estimativa de vendas dos supermercadistas . Uma sondagem da Abras com 50 associados revela que 73,5% deles aumentarão suas encomendas à indústria em novembro e dezembro. Outros 24,5% manterão os mesmos níveis de compra do ano passado, e apenas 2% reduzirão os pedidos.

O motivo é a expectativa de maiores vendas no Natal e no réveillon. Conforme Oliveira, espera-se que as vendas ligadas a essas datas sejam de 10% a 15% maiores que as do ano passado. O movimento maior deve se refletir na contratação de mais mão-de-obra temporária. A mesma sondagem apontou que 61% dos entrevistados contratarão funcionários temporários no período das festas. A Abras estima que de 20 mil a 25 mil pessoas sejam contratadas nesta época. O contingente empregado pelo setor deve chegar a 750 mil funcionários neste ano, 10 mil a mais que em 2003.

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