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Suíça mantém bloqueio de contas de ex-sócio da Engevix

Investigado desde 2014, Antunes foi condenado a oito anos de prisão por ter feito pagamento de mais de R$ 4 milhões em obras de Angra 3

Engevix: os valores do congelamento não foram revelados (Divulgação/Divulgação)

Engevix: os valores do congelamento não foram revelados (Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 22h00.

Genebra - O Tribunal Federal da Suíça rejeitou os recursos apresentados pelo ex-sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho, e decidiu manter bloqueadas suas contas no país europeu. Os valores do congelamento, porém, não foram revelados.

Investigado desde 2014, Antunes foi condenado a oito anos de prisão por ter feito pagamento de mais de R$ 4 milhões em obras de Angra 3.

O caso acabou também gerando a condenação do ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, a 43 anos de prisão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisão e organização criminosa. Antunes foi preso na 19ª fase da Operação Lava Jato, em 2015.

Naquele ano, suas contas na Suíça foram alvo de um bloqueio. Mas o empresário tentou, em diversos momentos, reverter o confisco, alegando que as medidas eram desproporcionais e que não havia provas de que os valores depositados tinham relações com as suspeitas no Brasil. Agora, o Tribunal suíço rejeitou o recurso.

Em 2016, num depoimento ao juiz Sérgio Moro sobre suspeitas relacionadas com contratos com a Petrobras, ele garantiu que desconhecia qualquer tipo de propinas e que desconhecia os ex-diretores da estatal.

Quando o juiz o questionou naquele momento sobre Othon Luiz, seu advogado esclareceu que o caso estava sendo alvo de uma negociação para uma eventual delação premiada.

Nela, o empreiteiro teria revelado repasse de R$ 1 milhão para o então vice-presidente Michel Temer em tentativa de delação premiada. Mas o acordo jamais foi concluído. Temer, a época, negou qualquer relação com o caso.

O dinheiro, segundo Antunes apontou na época, teria sido solicitado pelo coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer e também investigado. A revelação sobre o presidente, porém, foi indicada por Antunes meses depois de iniciar a negociação para um acordo de delação.

Ele também não informou aos procuradores quando e como Lima recebeu dinheiro em 2014. O Palácio do Planalto, na época, insistiu que Temer não havia autorizado ninguém a receber recursos em seu nome.

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