State Grid pretende deslistar CPFL Energia e CPFL Renováveis
A empresa chinesa, nova controladora das empresas, comunicou a intenção de fazer uma OPA unificada para a saída do Novo Mercado
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 19h27.
São Paulo - A State Grid pretende fazer a deslistagem das ações da CPFL Energia e da CPFL Renováveis na BM&FBovespa e na Nyse.
A empresa chinesa, nova controladora das empresas, enviou uma carta à administração das duas companhias comunicando a intenção de fazer uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) unificada para a saída do Novo Mercado e para o cancelamento do registro das empresas da "categoria A" (que permite a emissão de ações) e sua conversão para a categoria B.
A oferta deve ser feita concomitantemente à OPA por alienação de controle, que deve ser realizada para dar o direito de tag along aos acionistas minoritários que permaneceram com suas posições nas duas empresas após a troca de controle das companhias.
No final de janeiro, logo após a conclusão da transação entre a State Grid e os antigos acionistas controladores (Camargo Correa, Previ, Fundação Cesp, Fundação Sistel, Petros e Sabesprev), o presidente da CPFL Energia, André Dorf, havia afirmado que a deslistagem era uma possibilidade que seria discutida pela companhia chinesa. "Pode ser só tag along", afirmou, na ocasião.
A realização da OPA unificada e o fechamento do capital das empresas ainda dependerá, conforme as regras estabelecidas para o Novo Mercado, da definição do "preço justo" das ações, que deve ser calculado com base em um laudo de avaliação.
A State Grid quer pagar nas operações o mesmo preço pago pelo grupo quando comprou o controle das empresas.
"Caso o Preço da OPA seja inferior à Faixa de Preço Justo, a Ofertante realizará apenas a OPA por Alienação de Controle, e não realizará a OPA para Conversão de Registro e a OPA para Saída do Novo Mercado", disse a empresa.
A State Grid adquiriu 556.164.817 ações ON da CPFL Energia, que representam aproximadamente 54,64% do capital total da companhia.
O preço pago à vista foi de R$ 14,19 bilhões, o que equivale à R$ 25,51 por ação. A operação implicou um valor de R$ 3,17 bilhões para a CPFL Renováveis, o que corresponde a um valor de R$ 12,20 por ação.
Na carta da State Grid às empresas, divulgada pelas duas companhias na forma de fato relevante, a chinesa pede que as empresas adotem as providências para que os acionistas deliberem sobre escolha de instituição para o laudo de avaliação e cancelamento do registro de companhia aberta e saída do Novo Mercado.
A convocação dos acionistas para assembleia extraordinária ainda deverá ser convocada.
As ações da CPFL Energia eram negociadas nesta tarde aos R$ 25,51 (+0,04%), enquanto os papéis da Renováveis valiam R$ 12,30 (+0,49%).