A AmBev deverá entregar ao governo na próxima semana os documentos sobre a operação com a cervejaria belga Interbrew. A informação foi dada nesta segunda-feira (8/3) ao secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg. Eles disseram que estão trabalhando arduamente para apresentar a operação em todos os detalhes o mais rapidamente possível , disse o secretário, após receber Milton Seligman, diretor de assuntos corporativos da AmBev.

Os três órgãos de defesa da concorrência Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Secretaria de Direito Econômico (SDE) e Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) farão a análise da operação conjuntamente, assim que receberem os documentos. Espero uma investigação rápida e sem traumas , afirmou Goldberg. Ele preferiu não apresentar uma estimativa de quanto tempo demorará a avaliação. Sabe-se que a análise por meio de rito sumário (que exigiria apenas 15 dias) está praticamente descartada, até nos planos da própria AmBev. Não é possível aplicar o rito sumário quando há argumentos contrários a anexar ao processo - e é tido como certo que a Schincariol os apresentará.

Ao sair do encontro com Goldberg, Seligman disse que a fabricante de bebidas não espera encontrar problemas para prosseguir com a operação, já que a Interbrew não atua no Brasil. Não haverá soma de participações de mercado , afirmou o executivo.

Esse não será, porém, o único aspecto a ser levado em conta pelas autoridades de defesa da concorrência. Elas avaliarão, por exemplo, qual é o efeito da eliminação de um potencial concorrente futuro no mercado brasileiro (a própria Interbrew) e se haverá restrições à eventual entrada de outras empresas no país.