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Sony quer criar Netflix de videogames após acumular prejuízo

A empresa quer criar um serviço de streaming que ofereça jogos online para o mercado de massa

PlayStation 4 no Tokyo Game Show: os jogos continuam sendo o ponto positivo da Sony (Yuya Shino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2014 às 14h55.

Tóquio - A Sony Corp. planeja dar um impulso aos jogos baseados em nuvem criando um serviço de streaming para o mercado de massa similar ao do Netflix Inc. em um momento em que a fabricante do PlayStation tenta se recuperar de um prejuízo anual projetado de US$ 2,1 bilhões.

A empresa quer que seu serviço de jogos on-line funcione também com TVs conectadas à internet produzidas por outros fabricantes, disse Andrew House, presidente e CEO do grupo Sony Computer Entertainment Inc., em entrevista, hoje, na Tokyo Game Show.

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Os jogos continuam sendo o ponto positivo da Sony, que ontem ampliou sua projeção de prejuízo no ano cheio por causa de vendas mornas de smartphones. A empresa começa a combinar serviços on-line que oferecem filmes, programas de TV e softwares e se prepara para começar a vender consoles na China.

A PlayStation Network tem mais de 50 milhões de usuários ativos e o PS4 vendeu mais de 10 milhões de unidades desde seu lançamento, em novembro, superando o Xbox One, da Microsoft Corp.

“Se você olhar outras formas de entretenimento e o enorme impacto do streaming neles, isso nos mostra claramente que existe uma satisfação do consumidor com a recompensa instantânea”, disse House. “Nós achamos que há um papel a desempenhar no futuro dos jogos também”.

Serviço de streaming

Em 2012, a Sony comprou a Gaikai Inc. por US$ 380 milhões para adquirir a tecnologia de jogos em nuvem que permite aos usuários interagirem com aplicativos remotos, possibilitando que os consumidores joguem sem ter que instalar o software em seus dispositivos. Atualmente, o PlayStation Now está disponível na América do Norte para conteúdo de streaming em aparelhos da Sony, como as TVs Bravia.

A Sony quer que o serviço se estenda além do console para ser compatível com uma gama de TVs inteligentes de outros fabricantes, segundo House. A empresa está fazendo experiências com opções de preço para locação e assinatura, disse ele.

“A Sony está tentando tornar seu conteúdo de jogos disponível para pessoas que nunca tocaram em um console PlayStation antes”, disse Hideki Yasuda, analista do Instituto de Pesquisas Ace, com sede em Tóquio, por telefone. “Estão tentando atrair jogadores menos fiéis”.

A Sony, que tem sede em Tóquio, disse ontem que reportaria um prejuízo mais amplo para o ano cheio, de 230 bilhões de ienes, após reduzir o valor de sua empresa de smartphones em dificuldades.

A carga de 180 bilhões de ienes limita as opções do CEO Kazuo Hirai, que vem trabalhando para recuperar a Sony com ênfase no entretenimento, nos consoles e nos dispositivos móveis em um momento de queda da demanda por TVs e câmeras.

A Sony fechou um acordo em maio para formar dois empreendimentos com a Shanghai Oriental Pearl Group Co. para começar a produzir e vender consoles depois que a China levantou uma proibição de 13 anos às vendas dos aparelhos.

A Sony terá uma participação de 70 por cento em um empreendimento para produção de hardware e de 49 por cento em outro para vendas de software e redes.

A Sony está suprimindo cerca de 1.000 empregos da unidade de telefonia celular, de 7.100 pessoas, e reduzindo o número de modelos de médio alcance em um momento em que as fabricantes chinesas ganham participação no mercado global, disse Hirai, em uma coletiva, ontem.

O esforço da Sony para expandir seus serviços em rede pode ajudar a empresa a ampliar os lucros no futuro com a queda nos custos de desenvolvimento. “Nós esperamos que o negócio de redes se torne muito lucrativo à medida que os custos de expansão diminuírem”, disse Amir Anvarzadeh, gerente de vendas de ações japonesas da BGC Partners Inc. em Cingapura, em um e-mail.

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