Social commerce e as tendências no Brasil e na China
As plataformas de social commerce são aplicativos que integram diversas funcionalidades, como e-commerce, livestreaming, vídeos curtos, compras coletivas, pagamento online, entre outras
Agência
Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 18h53.
O social commerce é uma forma de comércio eletrônico que utiliza as redes sociais como canal de comunicação, divulgação e venda de produtos e serviços, e vem ganhando cada vez mais espaço. Na China, já é um fenômeno de sucesso, com mais de 765 milhões de usuários de transmissão ao vivo em junho de 2023, segundo dados da Statista.
As plataformas de social commerce são aplicativos que integram diversas funcionalidades, como e-commerce, livestreaming, vídeos curtos, compras coletivas, pagamento online, entre outras. O WeChat, por exemplo, é um dos aplicativo mais populares da China, com mais de 1,2 bilhão de usuários ativos mensais e é uma espécie de super app, que permite aos usuários enviar mensagens, fazer chamadas, acessar notícias, jogar, pagar contas, fazer compras e muito mais.
O WeChat também possui uma função chamada Mini Programs, que são aplicativos dentro do próprio WeChat, que oferecem serviços de diversos segmentos, como viagens, educação, saúde, entretenimento e social commerce.
O Douyin, versão chinesa do TikTok, tem mais de 600 milhões de usuários ativos diários, que assistem e produzem vídeos de até 60 segundos, sobre temas variados, como música, dança, humor, beleza, moda e gastronomia. O Douyin também permite que os usuários façam compras diretamente dos vídeos, clicando em links ou códigos QR que levam aos produtos anunciados pelos criadores de conteúdo ou pelas marcas.
Já a Pinduoduo, por sua vez, é um e-commerce que se diferencia pelo seu modelo de compras coletivas. A plataforma incentiva os usuários a formarem grupos de compra, para obterem descontos e benefícios nos produtos. A Pinduoduo também utiliza o livestreaming e os vídeos curtos para promover os produtos e estimular as compras. A Pinduoduo tem mais de 750 milhões de usuários ativos mensais, e é a segunda maior plataforma de e-commerce da China, atrás apenas do Alibaba.
Os influenciadores digitais e a construção de confiança com os consumidores
Os influenciadores digitais são peças-chave no social commerce na China. Eles são chamados de KOLs (Key Opinion Leaders) e são responsáveis por criar conteúdo, divulgar produtos e serviços, interagir com os seguidores e gerar confiança e engajamento. Esses influencers usam o livestreaming e os vídeos curtos como as principais ferramentas para se comunicar com o público, e podem receber comissões, patrocínios ou doações pelas suas recomendações.
A personalização é outro aspecto importante do social commerce na China. As plataformas de social commerce utilizam dados e inteligência artificial para oferecer aos usuários uma experiência personalizada, que se adapta aos seus perfis, preferências e comportamentos.
O potencial do social commerce no Brasil
No Brasil, o social commerce ainda está em desenvolvimento, mas já apresenta alguns sinais de crescimento e potencial. Algumas tendências observadas na China também estão ganhando espaço no Brasil, como o livestreaming, o recommerce (compra e venda de artigos usados), o delivery rápido e as lojas de vizinhança.
Com mais de 181 milhões de usuários de redes sociais, o e-commerce brasileiro teve 53 milhões de compradores no primeiro semestre de 2023, segundo da NIQEbit. Com isso, o Brasil é um dos maiores mercados de e-commerce e de social media do mundo, Além disso, possui uma população jovem, diversa e conectada, que usa a internet para se comunicar, se expressar e se divertir. O Brasil também tem uma cultura de consumo que se baseia na confiança, na recomendação e na opinião dos outros compradores.