Rafael Lunes, VP do Skeelo (Skeelo/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 25 de janeiro de 2024 às 16h16.
Última atualização em 29 de janeiro de 2024 às 11h39.
O modelo de negócio da plataforma de livros Skeelo soluciona duas dores do mercado de livros brasileiro: distribuição e acesso. Com um invejável catálogo de 220 mil títulos de 840 editoras e 200 milhões de clientes aptos, o negócio escalou e democratizou o acesso à leitura no Brasil com o modelo de parcerias coorporativas.
Todo mês os clientes das empresas parceiras recebem de forma gratuita sugestões de livros e audiobooks. Os interessados nas ofertas devem baixar o app da Skeelo para ler as obras em seus celulares. Caso o leitor não goste da sugestão, tem um prazo para efetuar a troca pelo aplicativo.
Os fundadores Rodrigo Meinberg e Rafael Lunes conseguiram consolidar a estratégia no último ano e faturaram R$ 100 milhões, crescimento de 10% em relação ao ano anterior. 2023 foi marcado pela venda de livros digitais na loja virtual, além de clubes do livro e estratégias para engajar os leitores.
Agora, o Skeelo quer ir além das fronteiras brasileiras e mira expansão na América Latina. A ideia é seguir o modelo que transformou o Skeelo na principal plataforma de livros digitais do país.
"Queremos democratizar a leitura digital em países latinos através das parcerias corporativas", diz Rafael Lunes, VP do Skeelo.
Fundado em 2019, o Skeelo começou fechando parcerias comerciais com as quatro principais operadoras de telefonia celular no Brasil para oferecer o app de livros no pacote de serviços oferecidos aos assinantes de planos pós-pagos. Bancos, operadoras de tevê por assinatura e montadoras também se tornaram parceiras. Ao todo, a plataforma já conta com 70 parceiros.
O vasto catálogo reúne obras de diversas categorias. Entre as mais consumidas estão:
Pelo modelo de negócios da Skeelo, a receita da plataforma vem das empresas conveniadas. Ou seja, os clientes das empresas parceiras podem ler um livro por mês de forma gratuita.
"Nosso modelo não gera custo adicional nenhum para o usuário. Nos quatro anos de Skeelo, foram mais de 1.3 bilhões de minutos consumidos", diz o CMCO André Palme.
O Skeelo conta atualmente com uma loja virtual com acervo de 150.000 obras físicas e digitais para venda direta aos clientes. A ideia é oferecer uma experiência mais completa ao usuário -- apesar da pequena representatividade da iniciativa.
"Com a venda direta de livros físicos e digitais buscamos oferecer uma experiência mais completa ao usuário, mas as parecerias corporativas ainda representam 90% dos acessos", diz Lunes, que largou uma carreira como executivo na Claro, Vivo e Brasil Telecom (hoje Oi) para empreender.
Com uma base tão grande no Brasil, os fundadores acreditam que chegou a hora do Skeelo mirar novos mercados. O desafio é encontrar parceiros comerciais em países latinos que reúnem as mesmas características do Brasil.
"A maior fronteira é o idioma. Apesar disso, buscamos países continentais nos quais os livros digitais ainda tem baixa penetração", diz o VP.
Argentina e México estão entre as principais apostas, apesar da empresa ainda não ter confirmado nenhum país. O próximo passo deve ser anunciado ao final do primeiro semestre.
Até lá, a empresa está focada engajar mais os 16 milhões de clientes ativos -- além de aumentar a receita em 15% em 2024.
"No último criamos clubes e desafios de leitura que bateram o recorde de acessos do Skeelo e atraíram mais pessoas para a plataforma", diz o VP.