Shopee, Shein e AliExpress estão entre os 10 e-commerces mais usados no Brasil
Os números mostram que as plataformas asiáticas estão abocanhando grande parte da participação no mercado online brasileiro
Repórter de Negócios
Publicado em 17 de abril de 2023 às 06h27.
Em meio à discussão sobre a taxação de produtos importados via comércio eletrônico, as plataformas asiáticas Shoppe, AliExpress e Shein continuam entre as mais acessadas pelos brasileiros. Os dados são da edição de março do Relatório dos Setores do E-commerce, divulgado pela agência de SEO Conversion.
Três dos cinco e-commerces mais acessados no Brasil em março são asiáticos. Mercado Livre, Shopee, Shein, Ifood e AliExpress aprecem nas primeiras posições do ranking.
- Guilherme Boulos (PSOL-SP) será relator da comissão mista da MP do MCMV
- Tarifa do metrô do Rio de Janeiro fica mais cara a partir desta quarta; veja valor
- Programa de sócio-torcedor do Vitória/BA dispara em 2023
- Presidente da Caixa defende ajuste no Pronampe para mais flexibilidade para renegociar dívidas
- Novo arcabouço permitirá retomada de investimentos públicos, diz ministro dos Transportes
- HBO Max e Discovery+ se fundem e se tornam uma única plataforma chamada "Max"
Os números mostram que as plataformas asiáticas estão abocanhando grande parte da participação no mercado online brasileiro.
A Shein, por exemplo, deve alcançar R$ 16 bilhões em vendas neste ano só no Brasil, o que — se confirmado — a tornará maior do que a Renner, líder no segmento de fast fashion com modelo de roupa por departamento. O volume estimado para 2023 é o dobro dos R$ 8 bilhões do faturamento de 2022 e oito vezes o que se acredita ter sido a receita de 2021. Vale destacar que a companhia não divulga números nem no Brasil nem na China. Os números de 2022 e 2021 são cálculos do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).
Empresários que atuam com o varejo nacional pressionam o governo para uma taxação mais severa em tais plataformas.A Receita Federal já anunciou que vai intensificar a fiscalização do pagamento de impostos de produtos importados via comércio eletrônico. Segundo o órgão, não haverá aumento de taxa, pois hoje já existe a tributação de 60% sobre o valor da encomenda, “mas que não tem sido efetiva”.
Atualmente, existe isenção de impostos sobre remessas internacionais até US$ 50, somente para transações feitas de pessoas físicas para pessoas físicas. Entretanto, o órgão está propondo mudanças no processamento de encomendas para evitar fraudespor grandes empresas estrangeiras.
Os 10 e-commerces mais acessados em março no Brasil
- Mercado Livre
- Shopee
- Shein
- Ifood
- AliExpress
- Magalu
- Amazon
- Americanas
- Azul
- Casas Bahia
O crescimento dos e-commerces asiáticos no Brasil
O boom das plataformas asiáticas ocorreu principalmente entre 2020 e 2022, período que acelerou a migração dos consumidores para o mercado online. Na ocasião, estratégias agressivas de vendas foram adotadas por tais players. Para Diego Ivo, CEO da Conversion, o crescimento meteórico dos e-commerces asiáticos está, em grande parte, relacionado ao ticket baixo.
“As plataformas asiáticas perceberam uma grande brecha no e-commerce global, que é o ticket baixo. Nesse contexto, criaram grande senso de urgência por meio de suas promoções, oferecendo uma verdadeira experiência de busca de achados, o que acabou estimulando as pessoas a passarem cada vez mais tempo dentro do site e do app”
Entre outras estratégias adotadas para estimular o consumo dos brasileiros, os ‘ jogos casuais ’ foram uma das apostas certeiras dos e-commerces asiáticos. Por meio dessa funcionalidade, os consumidores interagem com minigames dentro dos apps das marcas, que oferecem prêmios, recompensas e cupons de descontopara atrair os usuários. A plataforma mais conhecida por essa estratégia é aShopee, que fez uma parceria com a gigante dos games,Garena, e se tornou o aplicativo de compras mais baixado do Brasil no ano passado.
Outro filão do marketing que os e-commerces asiáticos enxergaram foram as lives commerces , vendas ao vivo por streamings que ganhou força na China e se popularizou no mercado eletrônico global. Segundo estudo realizado pela Research and Markets, as estimativas são de que sejam levantados US $600 bilhões até 2027 por meio desse modelo de vendas. E o Brasil é um mercado em potencial para essa estratégia.
Entregas rápidas e grande variedade de produtos são outros fatores que também corroboram para o grande sucesso das plataformas asiáticas no Brasil. Resta saber quais serão as próximas estratégias de vendas desses players - particularmente em meio a um cenário de tributação ainda incerto ao cross-border. A dúvida também se estende aos e-commerces nacionais: como irão reagir (e inovar) a maneira de vender seus produtos no país daqui pra frente.