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Shein é acusada em cerca de 100 casos de violação de direitos autorais

30 processos foram registrados apenas no ano passado

Shein: varejista planeja fazer IPO nos EUA. (Jade Gao/AFP/Getty Images)

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 07h02.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 13h51.

A varejista de fast-fashion online Shein é acusada em cerca de 100 casos de violação de direitos autorais, segundo o jornal britânico Financial Times. Trinta desses processos foram registrados apenas no ano passado nos EUA. Alguns dos maiores grupos de moda do mundo, como H&M, estão entre os que acusam a empresa fundada na China.

A Shein cresceu aceleradamente com a venda de roupas baratas, mas afirmou investir pesadamente em sistemas para detectar infrações de direitos autorais em sua cadeia de suprimentos. A Shein, hoje sediada em Cingapura, afirmou ao FT que "leva a sério todas as alegações de violação" e está "continuamente investindo em nosso processo de revisão". No entanto, a quantidade de casos é um risco para os planos da varejista de fazer uma oferta pública inicial nos EUA ainda em 2024.

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Reincidente

Pelo menos 10 empresas processaram a Shein mais de uma vez, incluindo a Deckers, fabricante de calçados, a Oakley, marca de óculos de sol, e a Ralph Lauren.

A Shein concordou em parar de comercializar óculos que copiavam os designs da Oakley em fevereiro de 2022, mas retomou a venda dos mesmos itens no ano seguinte, de acordo com a denúncia da empresa.

O grupo de moda Ralph Lauren está brigando judicialmente com a Shein desde 2021. No ano passado, aumentou sua reclamação após alegar ter encontrado novos itens plagiados.

A Shein disse que a violação de propriedade intelectual é um problema em todo o setor de moda e que está "comprometida em impulsionar o avanço em toda a indústria". Na última quinta-feira, 1, a empresa abriu quatro acusações em tribunais dos EUA contra concorrentes Temu e AliExpress – por, justamente, infração de direitos autorais de seus designs.

IPO

A Shein é avaliada em mais de U$60 bilhões. Se de fato fizer o IPO, a varejista se tornará a empresa mais valiosa a abrir capital nos EUA desde a Uber em 2019. Ela apresentou um prospecto preliminar às autoridades reguladoras no final do ano passado, e afirmou que pretende finalizar o processo ainda em 2024.

No entanto, além dos processos por violação de direitos autorais, a Shein enfrenta acusações acerca das condições aos seus trabalhadores. No ano passado, congressistas dos EUA afirmaram que a empresa usa algodão proveniente região Autônoma Uigur de Xinjiang. Os uigures, uma minoria muçulmana na China, e há denúncias de que são submetidos a campos de trabalho forçado.

A Shein afirmou nesta semana que tem uma "política de tolerância zero" em relação ao trabalho forçado e está "comprometida em respeitar os direitos humanos".

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