Brasília - A construção da fábrica de telas para celulares, TVs e computadores da taiwanesa Foxconn no Brasil empacou depois que a companhia desistiu de buscar um sócio brasileiro para o projeto. Segundo o governo informou à época do anúncio, em 2011, o investimento chegaria a US$ 12 bilhões.
Para sair do impasse gerado pela falta de um parceiro brasileiro, a saída seria aumentar a participação acionária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) para mais de 30%. Mas o banco não aceita ultrapassar o limite estabelecido em sua política para o BNDESPar, seu braço de participações acionárias.
Além do apoio fundamental do BNDES, a equipe econômica do governo contava com a sociedade de um grande empresário brasileiro - chegou-se a falar em Eike Batista, antes da crise. Sem sócio, as negociações pararam e nem o governo acredita mais na concretização do mega investimento.
Visita à China
A construção da fábrica de telas no País foi o primeiro grande anúncio do governo Dilma Rousseff, feito em fevereiro de 2011, logo após a posse, durante visita da presidente à China.
O então ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, chegou a divulgar, depois de se reunir com Terry Gou, fundador da Hon Hai, controladora da Foxconn, que a taiwanesa investiria US$ 12 bilhões no período de quatro a seis anos.
A ideia, segundo o ministro, era construir um complexo industrial que empregaria até 100 mil pessoas no Estado de São Paulo.
O desenho do negócio apontava para uma primeira etapa do investimento de US$ 4 bilhões, dos quais 30% (US$ 1,2 bilhão) seriam bancados pelo BNDES e US$ 500 milhões por Eike. Além de procurar mais sócios, o governo tentou convencer Terry Gou a entrar com capital, além da tecnologia.
O Palácio do Planalto tinha tanta certeza do negócio que Mercadante chegou a divulgar um cronograma: de 2011 a 2013, a companhia fabricaria telas para celulares e tablets e, a partir deste ano, telas para Tvs.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a empresa taiwanesa investiu, desde 2005, aproximadamente R$ 1 bilhão, tendo gerado 7 mil postos de trabalho. A Foxconn tem hoje três unidades no País. Em Manaus e Indaiatuba, monta celulares. Em Jundiaí, monta smartphones e fabrica notebooks, computadores e periféricos.
Conjuntura
O jornal O Estado de S. Paulo perguntou ao ministro Aloizio Mercadante, porta-voz do anúncio, quais empecilhos travaram as negociações para a construção da fábrica de telas da Foxconn no Brasil.
A assessoria de imprensa da Casa Civil, hoje ocupada por Mercadante, informou que a posição do ministro-chefe estaria contemplada na resposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). "Em relação à construção de unidade de fabricação de telas, o investimento previsto não foi realizado até o momento, devido à conjuntura internacional e pelo fato de a empresa não ter conseguido um sócio nacional", disse o ministério.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação afirmou, ainda, ter informações de que a Foxconn estuda fazer novos investimentos e abrir novas unidades no Brasil. Os projetos, entretanto, não teriam relação com construção da fábrica de telas. A empresa, segundo o ministério, poderia confirmar a informação. Procurada, a Foxconn disse que não se pronunciaria.
BNDES
A reportagem apurou que alguns desses projetos esperam aprovação de aportes do próprio BNDES. Sobre a instalação da fábrica de telas, o banco confirmou à reportagem que participou das negociações, sem sucesso.
"O banco continua em contato com a Foxconn e tem trabalhado para viabilizar investimentos no Brasil em setores de alto conteúdo tecnológico", informou, por meio da assessoria. "As tratativas até o momento não tiveram resultados conclusivos."
Segundo fontes, o limite de 30% de participação acionária do BNDESPar em empresas segue em vigor e, só em poucos casos, esse limite é ultrapassado - em 2008, na crise financeira global, algumas participações do BNDES em empresas superaram esse limite de 30%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
- 1. Diferencial competitivo
1 /11(Germano Lüders/EXAME.com)
São Paulo – O
Índice de Competitividade Global para o Setor de Manufatura 2013, elaborado pela
Deloitte e pelo Conselho Americano de Competitividade, apontou que a
China é o país mais competitivo neste segmento. A pesquisa foi baseada nas impressões de 552 executivos de empresas de manufatura pelo mundo, em 23 setores diferentes da indústria, que resultou num
ranking das nações mais competitivas para a indústria manufatureira. O relatório divulgado trouxe uma análise sobre os motivos que colocaram as indústrias manufatureiras dos 10 países do ranking no radar dos executivos. Clique nas fotos ao lado e confira os principais destaques.
- 2. 1º) China
2 /11(AFP)
Apesar da recente desaceleração no crescimento econômico, a China se tornou a maior nação manufatureira, destaca o relatório, o que ajudou o país a se manter na primeira posição do ranking. Segundo o documento, os executivos entrevistados para o estudo frequentemente citaram as vantagens nos custos de materiais e mão de obra da China, além dos fortes investimentos do governo em manufatura, inovação e estabilidade dos fornecedores. O país também mantém o Plano de Cinco Anos (FYP, na sigla em inglês), que prevê mais investimentos para o desenvolvimento econômico neste período, o que deve ajudar a China a se manter na primeira posição do ranking pelos próximos anos, destaca o relatório.
- 3. 2º) Alemanha
3 /11(Divulgação)
Os executivos entrevistados para o índice de 2013 notaram que a Alemanha obteve muitos ganhos desde que o indicador de 2010 foi publicado, “o que não é surpresa, já que o país é o primeiro em inovação de talentos”, resume o relatório. O quesito é, segundo os executivos, o mais importante para definir a alta competitividade de um país. No período indicado, a Alemanha subiu seis posições, passando da oitava para a segunda colocação no ranking. O relatório também aponta que a nação consegue se destacar na indústria manufatureira de maneira diferente da escolhida pela China, optando por esforços no desenvolvimento de novas tecnologias e inovação, o que requer mão de obra altamente qualificada.
- 4. 3º) Estados Unidos
4 /11(Divulgação)
Assim como aconteceu com a Alemanha, os executivos entrevistados também identificaram uma melhora nas condições dos Estados Unidos entre a pesquisa de 2010 e a mais recente. O país subiu nesse período da quarta para a terceira posição. O país também se destacou em inovação e talento. Além disso, recebeu boas notas em infraestrutura, rede de fornecedores, e fortes sistemas legal e regulatório. A alta competitividade dos Estados Unidos também inclui boas leis de proteção da propriedade intelectual, transferência de tecnologia e integração.
- 5. 4º) Índia
5 /11(Dibysngshu Sarkar/AFP Photo)
O relatório destaca que a posição da Índia como potência em manufatura ainda não está consolidada, já que o país caiu duas posições entre o ranking de competitividade atual e o anterior. As expectativas para os próximos cinco anos indicam, porém, que o país deve subir para a segunda posição. Os empresários citaram como vantagem competitiva da Índia a forte presença de talentos em ciência, tecnologia e pesquisa. Também citaram os baixos custos trabalhistas, entre os menores do mundo. Esses fatores, na visão dos entrevistados, devem ajudar a Índia a conduzir pesquisas e desenvolvimento com eficiência de custos.
- 6. 5º) Coreia do Sul
6 /11(Chung Sung-Jun/Getty Images)
Existem preocupações de longo prazo na Coreia do Sul. O país perdeu duas posições desde a pesquisa de 2010 e a expectativa é que caia para a sexta colocação até 2018. Apesar disso, o país tem vantagens como bons custos para montar estrutura e qualidade de produtos. A política industrial favorável e o alto nível de educação, que reflete em mão de obra qualificada, também são pontos de destaque.
- 7. 7º) Canadá
7 /11(Bruce Bennett/Getty Images)
O país subiu seis posições na pesquisa para 2013, entrando no TOP 10 de competitividade na indústria da manufatura. Os executivos entrevistados destacaram uma indústria bem estabelecida e as grandes exportações do setor automotivo, de maquinário, aéreo e de telecomunicações. Os entrevistados também citaram um ambiente regulatório favorável, apoio do governo a investimentos em manufatura, e proximidade com os Estados Unidos.
- 8. 8º) Brasil
8 /11(Leo Caldas/EXAME.com)
O Brasil caiu recentemente no ranking, mas as perspectivas dos executivos indicam que o
país deve subir em cinco anos, superando inclusive os Estados Unidos e a Alemanha. Para José Othon Tavares de Almeida, líder da Deloitte no Brasil para a indústria manufatureira, o resultado indica que os empresários entrevistados enxergam uma possibilidade de crescimento muito clara no Brasil. “O país vai crescer em taxas mais ou menos constantes nos próximos anos. Essa expansão, associada com condições de fornecimento de matéria prima e energia, e os eventos que estão por vir [como Copa e Olimpíadas], faz com que o mundo olhe para nós com melhores expectativas”, disse. Entre os fatores que ajudam a competitividade brasileira estão investimentos e ações recentes do governo, como o Plano Brasil Maior.
- 9. 9º) Cingapura
9 /11(Wikimedia Commons)
Na visão dos executivos entrevistados, alguns dos fatores que contribuem com a competitividade em Cingapura são o sistema tributário favorável, bons incentivos para pesquisa e inovação, infraestrutura de qualidade e alta proteção de propriedade intelectual. Os executivos também citaram o ambiente favorável para investimentos, consequência da eficiência e transparência do governo e fácil acesso a mão de obra com alto nível de educação.
- 10. 10º) Japão
10 /11(Ken Shimizu/AFP)
O Japão é reconhecido por investimentos em pesquisa inovação e alta capacidade na manufatura. O alto custo de materiais e mão de obra, porém, fez o país cair quatro posições entre a pesquisa de 2010 e a atual. Os altos impostos para empresas, escassez de recursos naturais, volatilidade da moeda e rápido envelhecimento da população também são desafios enfrentados pelo país, segundo apontaram os executivos.
- 11. Agora veja uma análise sobre o país
11 /11(Creative Commons)