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Secas e furacões crescem como ameaça às maiores empresas

Empresas que estão fazendo planos para várias ameaças pela mudança do clima dizem que lidam com cerca de 45% dos riscos, ou que farão isso daqui a cinco anos

Solo ressecado: empresas disseram que 68 por cento dos riscos potenciais afetariam diretamente suas operações (Nacho Doce/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2014 às 22h22.

Nova York - Secas , furacões e a alta do nível do mar estão se transformando em ameaças mais significativas para as maiores empresas do mundo e o risco está sendo acelerado, segundo o Projeto de Divulgação de Carbono.

Empresas que estão fazendo planos para várias ameaças ligadas à mudança do clima dizem que atualmente elas lidam com cerca de 45 por cento dos riscos potenciais, ou que farão isso daqui a cinco anos, segundo um relatório publicado hoje pelo grupo sem fins de lucro com sede em Londres.

Trata-se de uma cifra superior à de 2011, quando membros do índice Standard and Poor’s 500 esperavam que 26 por cento dos riscos potenciais os afetassem dentro de cinco anos.

Os resultados mostram que a mudança do clima está tendo um impacto mensurável nas operações comerciais, e que muitas empresas esperam que ela aumente custos ou dificulte vendas.

“Já se está incorrendo em custos significativos”, disse ontem em entrevista por telefone Tom Carnac, presidente da CDP North America. “Não se trata simplesmente de fazer planos para o futuro, mas de as empresas terem que mudar o que fazem hoje”.

Cerca de 60 empresas divulgaram riscos que resultam da rápida mudança do meio ambiente do planeta.

Entre aqueles está a destruição de prédios por furações, a alta dos custos das matérias primas, o aumento nos prêmios de seguradoras, a desaceleração da demanda por roupas para climas frios e maiores gastos com aquecimento no inverno.

A Hewlett-Packard disse que as vendas recuaram até 7 por cento depois que enchentes na Tailândia em 2011 causaram uma insuficiência de componentes para unidades de disco.

A Waste Management disse que tanto enchentes quanto secas afetam a taxa de decomposição orgânica em aterros sanitários, o que aumenta o custo de obter gás deles.

Ameaças operacionais

As empresas disseram que 68 por cento dos riscos potenciais afetariam diretamente suas operações, frente a 51 por cento em 2011. Cerca de 22 por cento das ameaças eram às suas cadeias de fornecimento e 9 por cento teriam impacto sobre os clientes.

O relatório destacou a forma com que operações de diferentes empresas estão entrelaçadas. Por exemplo, a receita da Union Pacific Corp., a maior empresa ferroviária dos EUA, desacelerou em 2012 porque a pior seca em mais de 50 anos reduziu 11 por cento os envios de milho.

“Esse é um grande exemplo de como a nossa economia tem se tornado tão complicada, de como uma mudança no rendimento agrícola afeta a receita obtida por uma empresa ferroviária”, disse Carnac.

A Union Pacific está reduzindo emissões, melhorando a economia de combustível, usando mais locomotivas e melhorando a aerodinâmica dos vagões de trem, disse ontem Tom Lange, porta-voz da empresa.

“Colocamos muita energia na forma de conseguirmos uma maior economia de combustível”, disse Lange.

“Trata-se de encontrar pequenos avanços na tecnologia do combustível – não há grandes façanhas. Estamos tentando conseguir pequenos progressos, adicionar um par de pontos porcentuais lá e cá”.

O relatório foi financiado em parte pela Bloomberg Philanthropies, fundada por Michael Bloomberg, dono majoritário da Bloomberg LP.

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Nova York - Secas , furacões e a alta do nível do mar estão se transformando em ameaças mais significativas para as maiores empresas do mundo e o risco está sendo acelerado, segundo o Projeto de Divulgação de Carbono.

Empresas que estão fazendo planos para várias ameaças ligadas à mudança do clima dizem que atualmente elas lidam com cerca de 45 por cento dos riscos potenciais, ou que farão isso daqui a cinco anos, segundo um relatório publicado hoje pelo grupo sem fins de lucro com sede em Londres.

Trata-se de uma cifra superior à de 2011, quando membros do índice Standard and Poor’s 500 esperavam que 26 por cento dos riscos potenciais os afetassem dentro de cinco anos.

Os resultados mostram que a mudança do clima está tendo um impacto mensurável nas operações comerciais, e que muitas empresas esperam que ela aumente custos ou dificulte vendas.

“Já se está incorrendo em custos significativos”, disse ontem em entrevista por telefone Tom Carnac, presidente da CDP North America. “Não se trata simplesmente de fazer planos para o futuro, mas de as empresas terem que mudar o que fazem hoje”.

Cerca de 60 empresas divulgaram riscos que resultam da rápida mudança do meio ambiente do planeta.

Entre aqueles está a destruição de prédios por furações, a alta dos custos das matérias primas, o aumento nos prêmios de seguradoras, a desaceleração da demanda por roupas para climas frios e maiores gastos com aquecimento no inverno.

A Hewlett-Packard disse que as vendas recuaram até 7 por cento depois que enchentes na Tailândia em 2011 causaram uma insuficiência de componentes para unidades de disco.

A Waste Management disse que tanto enchentes quanto secas afetam a taxa de decomposição orgânica em aterros sanitários, o que aumenta o custo de obter gás deles.

Ameaças operacionais

As empresas disseram que 68 por cento dos riscos potenciais afetariam diretamente suas operações, frente a 51 por cento em 2011. Cerca de 22 por cento das ameaças eram às suas cadeias de fornecimento e 9 por cento teriam impacto sobre os clientes.

O relatório destacou a forma com que operações de diferentes empresas estão entrelaçadas. Por exemplo, a receita da Union Pacific Corp., a maior empresa ferroviária dos EUA, desacelerou em 2012 porque a pior seca em mais de 50 anos reduziu 11 por cento os envios de milho.

“Esse é um grande exemplo de como a nossa economia tem se tornado tão complicada, de como uma mudança no rendimento agrícola afeta a receita obtida por uma empresa ferroviária”, disse Carnac.

A Union Pacific está reduzindo emissões, melhorando a economia de combustível, usando mais locomotivas e melhorando a aerodinâmica dos vagões de trem, disse ontem Tom Lange, porta-voz da empresa.

“Colocamos muita energia na forma de conseguirmos uma maior economia de combustível”, disse Lange.

“Trata-se de encontrar pequenos avanços na tecnologia do combustível – não há grandes façanhas. Estamos tentando conseguir pequenos progressos, adicionar um par de pontos porcentuais lá e cá”.

O relatório foi financiado em parte pela Bloomberg Philanthropies, fundada por Michael Bloomberg, dono majoritário da Bloomberg LP.

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