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Apresentado por SESI-PR

Saúde suplementar: a pressão sobre a indústria para redefinir a gestão dos planos

Com custos em alta, SESI-PR ajuda o setor a otimizar o uso dos planos de saúde corporativo apoiando o controle da sinistralidade

 (SESI/Divulgação)

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EXAME Solutions
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Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 18h20.

Última atualização em 9 de dezembro de 2025 às 18h42.

Mais de 52 milhões de brasileiros são usuários de planos de saúde e o gasto assistencial anual supera R$ 256 bilhões. Para as indústrias, isso se traduz em reajustes sucessivos, sinistralidade alta e dificuldade de administrar o benefício mais valorizado pelos trabalhadores.

Em entrevista à EXAME, Guilherme Murta, coordenador médico do SESI-PR, destaca que “as empresas não estão diante de um problema pontual, mas sim de um movimento que se repete ano após ano e impacta diretamente a competitividade.”

Cerca de 70% dos usuários de planos no país
estão em contratos coletivos empresariais

Nesse cenário, o SESI-PR passou a oferecer uma consultoria técnica que combina dados, gestão e cuidado. “O objetivo é disponibilizar ao empregador informações claras, sem ruído e sem conflito de interesses. Ao mesmo tempo elaboramos as análises técnicas aprofundadas sobre o perfil de utilização e entregamos o consolidado de achados mensalmente incluindo planos de ação indicados.”, afirma Murta.

Ele observa que, para muitos setores industriais, o plano de saúde ultrapassa 10% da folha de pagamento. “Quando a inflação médica cresce de duas a quatro vezes mais que o índice geral de preços, a conta deixa de ser administrável”, diz Murta.

Confira, a seguir, a entrevista completa com o médico:

A pressão financeira segue lógica de juros compostos, o que ameaça a sustentabilidade dos planos. “Se nada muda, o impacto acumulado destrói previsibilidade e trava negociações pelas empresas”, explica Murta. É nesse ponto que a consultoria do SESI-PR atua: organizando informações fragmentadas, decodificando gastos, estratificando riscos e propondo ações concretas.

Murta lembra que a criação do serviço nasceu de uma escuta ativa. “As indústrias pediam apoio independente, técnico, que não estivesse atrelado a operadoras ou corretoras”, diz. Após uma pesquisa estadual e quatro comitês com empresas de grande porte, a proposta ganhou forma.

Consultoria transforma dados dispersos em estratégia

O trabalho começa com etapas documentais, protocolos de sigilo e validação com o cliente. Depois, a operadora envia dados anonimizados em conformidade à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e o SESI-PR converte tudo em um sistema de business intelligence. “O dado nunca é entregue sozinho. Ele precisa de interpretação para virar ação”, afirma Murta.

A equipe técnica multidisciplinar elabora relatórios mensais com achados e recomendações. Murta cita um caso emblemático: “Identificamos aumento de partos prematuros em determinado grupo. Isso gerou um plano de ação para reforçar o pré-natal. O impacto não é só financeiro, é humano.”

Custo evitável e impacto organizacional

A consultoria também trabalha com o conceito de custo evitável a depender do perfil de utilização e riscos de cada carteira de beneficiários.  “Por exemplo, um caso de UTI neonatal por prematuridade devido a um pré-natal malconduzido pode passar de R$ 200 mil. Alguns destes casos, conduzidos com seguimento próximo a gestante direcionando um pré-natal de alta qualidade potencialmente pode prevenir o parto prematuro e mais de 90% deste valor”, diz Murta. “Esse tipo de análise e ação efetiva não serve apenas para enxugar gastos. Previne uma situação grave que se evitável ajuda prevenir o sofrimento de toda uma família o que reflete positivamente no clima organizacional.”

Modelos de coparticipação, desenho do plano e cobertura entram na análise de sinistralidade. O acompanhamento mensal cria histórico e reduz surpresas em época de reajustes. “O SESI-PR não negocia em nome da empresa, mas prepara o terreno com informações técnicas de alta qualidade que subsidiam uma negociação do cliente junto a operadora com argumentação robusta”, afirma Murta.

Comitês fortalecem troca entre indústrias

O SESI-PR estruturou um comitê estadual que reúne indústrias que somam mais de 100 mil colaboradores. Elas discutem temas prioritários, cenários e práticas. “Os comitês são espaços onde as empresas entendem que não enfrentam esse desafio sozinhas”, diz Murta. “A troca acelera maturidade.”

Saúde mental ganha peso e muda desenho dos planos

A pressão sobre os planos não vem só de doenças crônicas. Há forte aumento de demandas de saúde mental: ansiedade, depressão, dependência química e internações psiquiátricas.

Com a atualização da NR 1, que exigirá rastreamento de risco fatores psicossociais relacionados ao trabalho a partir de 2026, essa agenda tende a crescer. “É um tema que não pode ser tratado apenas como custo. Ele precisa de leitura integrada entre o plano e os ambulatórios internos”, afirma Murta. Essa integração permite identificar padrões antes invisíveis.

"Quando conectamos dados assistenciais e informações internas, conseguimos ver o que antes era apenas ruído"Guilherme Murta, coordenador médico do SESI-PR

Gestão baseada em evidências

Ainda é comum ver empresas adotarem soluções pela demanda percebida. “Muita gente compra benefício da moda — academia, plataforma, aplicativo — sem saber se aquilo responde ao real problema no cenário da própria empresa”, diz Murta.

O SESI-PR propõe uma lógica alinhada à saúde 5.0, combinando tecnologia e personalização. “Não existe gestão inteligente sem evidência. E não existe evidência sem dado bem tratado aliado ao olhar humano”, afirma.

Segundo o coordenador, o setor industrial avança para um ponto de virada. “A maturidade em saúde suplementar corporativa não virá de ações isoladas, mas da capacidade de entender profundamente quem são as pessoas que compõem a força de trabalho e seus dependentes.”

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