No ano passado, a maior edição até agora, os acordos movimentaram recursos na ordem de U$ 50 milhões (ApexBrasil/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 06h00.
O poder de impacto a partir da relação entre os ecossistemas de startups e as grandes corporações deve concentrar as conversas do Corporate Venture in Brasil, realizado nesta terça e quarta-feiras, dias 24 e 25, em São Paulo. Em sua sétima edição, o evento de corporate venture capital (CVC) terá um número recorde de investidores internacionais entre os participantes.
O encontro acontece desde 2015 no país e procura aproximar as startups brasileiras de grandes empresas ou fundos de investimento nacionais e internacionais, ambos interessados na agenda de inovação aberta.
No período, o CV in Brasil atraiu mais de US$ 550 milhões em novos investimentos. Os cálculos são da Global Corporate Venturing (GCV), organização responsável pelo evento no país ao lado da ApexBrasil, a agência nacional para a promoção de exportações e investimentos. No ano passado, a maior edição até agora, os acordos movimentaram recursos na ordem de U$ 50 milhões.
Nessa modalidade de investimento, a conexão entre os dois ambientes, startups e corporações, é percebida como um caminho para antecipar mudanças tecnológicas e melhorias operacionais. A união das duas forças tem o potencial de acelerar o desenvolvimento de produtos e serviços, a partir da digitalização e adoção de novas tecnologias.
De acordo com dados da pesquisa World of Corporate Venturing de 2023, feita pelo GCV, o Brasil se tornou neste ano o primeiro latino-americano a ficar entre os 10 no ranking de países com a maior quantidade de transações no mundo.
A edição deste ano deve receber 27 corporações internacionais de países como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Canadá, Guatemala, México, Argentina, Chile e Uruguai. As práticas de ESG vão servir como eixo para as conversas, distribuídas por uma agenda com workshops, reuniões de negócio, mesas redondas e palestras.
Além disso, a programação do CV in Brasil inclui:
Não ficam de fora ainda os desafios do mercado de CVC globalmente. No terceiro trimestre deste ano, foram realizadas 828 rodadas de investimento, número que representa 34% de queda em relação ao mesmo período do ano passado.
Em termos financeiros, a retração ficou em 20%, caindo de US$ 38,4 bilhões para US$ 30,6 bilhões. O dado é o mais fraco desde o começo de 2019. Um sinal positivo apareceu só em setembro, o mês com melhor resultado no trimestre.
O Brasil, com um ecossistema relativamente novo, transita por um cenário diferente, de acordo com James Mawson, CEO do GCV. O país convive com menos anúncios de novos CVCs, porém os acordos dos fundos de inovação com as startups continuam a acontecer.
"Especificamente no Brasil, o ciclo das taxas de juro mudou a direção, apresentando cortes nos últimos meses. Pode-se esperar que a confiança para novos investimentos regresse gradualmente por parte dos investidores de venture capital e isso provavelmente propiciará maior atividade de novos negócios e saídas com preços mais atrativos", afirma.
A edição deste ano vai contar com a presença de mais de 550 profissionais, incluindo representantes de startups, CVCs e grandes empresas. Entre as gestoras internacionais, participam:
No grupo de CVCs brasileiros, estão: