Sabesp tem faturamento recorde com multa para "gastões"
Sabesp arrecadou R$ 64,1 milhões com multa para quem aumentou consumo de água, quase o dobro do que deixou de arrecadar com descontos para quem economizou
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2016 às 08h37.
São Paulo - A receita da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) com a sobretaxa de até 50% na conta de quem aumentou o consumo de água durante a crise chegou a R$ 64,1 milhões em abril, último mês de vigência da medida.
O valor é recorde e corresponde a quase o dobro (90,8%) dos R$ 33,6 milhões que a estatal deixou de arrecadar com a concessão dos descontos de até 30% para quem economizou.
Entre janeiro e abril deste ano, a arrecadação com a multa somou R$ 224,7 milhões e foi 20% maior do que toda a perda de receita registrada pela Sabesp com o bônus (R$ 187,4 milhões).
Desde o início da aplicação da multa, em janeiro de 2015, a companhia arrecadou R$ 724,4 milhões, o suficiente para financiar toda a obra de transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira, considerada essencial para a recuperação do manancial e prevista para 2017.
O recorde mensal anterior, de R$ 60,2 milhões, havia sido registrado em março, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou o fim da crise hídrica no Estado após dois anos, e a Sabesp anunciou a suspensão da multa e do programa de bônus a partir de maio. Em abril de 2015, a receita com a sobretaxa foi de R$ 44,6 milhões.
Lançado em fevereiro de 2014, logo após a Sabesp tornar pública a crise de estiagem no Cantareira, o plano de descontos para quem economizasse água resultou em uma perda de receita da companhia de R$ 1,48 bilhão, valor que corresponde a 11 obras de transposição de água da Represa Billings para o Sistema Alto Tietê, concluída no fim do ano passado.
Economia
Ao mesmo tempo, em pouco mais de dois anos de vigência da medida, segundo a Sabesp, o programa de bônus resultou em uma economia de 332 bilhões de litros, volume equivalente a quase duas represas do Guarapiranga cheias (171 bilhões de litros) e suficiente para abastecer os cerca de 20 milhões de clientes da Grande São Paulo por mais de cem dias, de acordo com a companhia.
No início deste ano, a Sabesp dificultou a concessão do benefício, exigindo que o cliente economizasse 22% a mais para obter a mesma vantagem financeira. Após a mudança e um reajuste nas contas de 15,2% em junho de 2015, a estatal dobrou seu lucro líquido no primeiro trimestre deste ano (R$ 628,8 milhões), na comparação com o mesmo período do ano passado (R$ 318,2 milhões).
Na terça-feira, 31, os órgãos reguladores do Cantareira acolheram pedido da Sabesp e mantiveram em 23 mil litros por segundo o limite de retirada de água do manancial para junho, o que não deve afetar a população.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A receita da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) com a sobretaxa de até 50% na conta de quem aumentou o consumo de água durante a crise chegou a R$ 64,1 milhões em abril, último mês de vigência da medida.
O valor é recorde e corresponde a quase o dobro (90,8%) dos R$ 33,6 milhões que a estatal deixou de arrecadar com a concessão dos descontos de até 30% para quem economizou.
Entre janeiro e abril deste ano, a arrecadação com a multa somou R$ 224,7 milhões e foi 20% maior do que toda a perda de receita registrada pela Sabesp com o bônus (R$ 187,4 milhões).
Desde o início da aplicação da multa, em janeiro de 2015, a companhia arrecadou R$ 724,4 milhões, o suficiente para financiar toda a obra de transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira, considerada essencial para a recuperação do manancial e prevista para 2017.
O recorde mensal anterior, de R$ 60,2 milhões, havia sido registrado em março, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou o fim da crise hídrica no Estado após dois anos, e a Sabesp anunciou a suspensão da multa e do programa de bônus a partir de maio. Em abril de 2015, a receita com a sobretaxa foi de R$ 44,6 milhões.
Lançado em fevereiro de 2014, logo após a Sabesp tornar pública a crise de estiagem no Cantareira, o plano de descontos para quem economizasse água resultou em uma perda de receita da companhia de R$ 1,48 bilhão, valor que corresponde a 11 obras de transposição de água da Represa Billings para o Sistema Alto Tietê, concluída no fim do ano passado.
Economia
Ao mesmo tempo, em pouco mais de dois anos de vigência da medida, segundo a Sabesp, o programa de bônus resultou em uma economia de 332 bilhões de litros, volume equivalente a quase duas represas do Guarapiranga cheias (171 bilhões de litros) e suficiente para abastecer os cerca de 20 milhões de clientes da Grande São Paulo por mais de cem dias, de acordo com a companhia.
No início deste ano, a Sabesp dificultou a concessão do benefício, exigindo que o cliente economizasse 22% a mais para obter a mesma vantagem financeira. Após a mudança e um reajuste nas contas de 15,2% em junho de 2015, a estatal dobrou seu lucro líquido no primeiro trimestre deste ano (R$ 628,8 milhões), na comparação com o mesmo período do ano passado (R$ 318,2 milhões).
Na terça-feira, 31, os órgãos reguladores do Cantareira acolheram pedido da Sabesp e mantiveram em 23 mil litros por segundo o limite de retirada de água do manancial para junho, o que não deve afetar a população.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.