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Apresentado por NESTLÉ

Rótulos que falam: o projeto da Nestlé que dá voz às embalagens

Aplicativo desenvolvido com a Alia Inclui e apoiado pela Fundação Dorina Nowill dá autonomia a consumidores cegos, de baixa visão e não alfabetizados

Regiane Silva, do time de nutrição da Nestlé: deficiência visual, ela transformou sua dor em insight para o desenvolvimento do app em parceria com a Alia Inclui (NESTLÉ/Divulgação)

Regiane Silva, do time de nutrição da Nestlé: deficiência visual, ela transformou sua dor em insight para o desenvolvimento do app em parceria com a Alia Inclui (NESTLÉ/Divulgação)

EXAME Solutions
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Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 17h34.

Quando a nutricionista Regiane Silva, integrante do time de Nutrição, Saúde e Bem-Estar da Nestlé e pessoa com deficiência visual, compartilhou com a liderança a dificuldade de entender o que diziam os rótulos, seja em casa ou no supermercado — especialmente por causa da alergia alimentar da filha —, chamou a atenção da própria equipe.

O relato da colaboradora, que ficou cega em 2013 após complicações de um glaucoma, foi o ponto de partida para a criação do Rótulos que Falam, um aplicativo desenvolvido pela Nestlé em parceria com a startup Alia Inclui e com a Fundação Dorina Nowill para Cegos, capaz de transformar em voz as informações de mais de 1.200 produtos da Nestlé.

Antes de encontrar a solução, o time responsável pela área, liderado por Gisele Pavin, head de Nutrição, Saúde e Bem-Estar da Nestlé, chegou a avaliar alternativas como incluir um relevo nas embalagens ou fazer o redesign completo dos rótulos. As ideias foram descartadas pela complexidade operacional e por não assegurarem uma solução universal.

A virada veio com o Panela, plataforma de inovação aberta da Nestlé, onde a Alia Inclui apresentou um aplicativo com potencial de escala e sem necessidade de alterar o parque gráfico dos produtos. “Buscamos startups que não fossem apenas tecnicamente capazes, mas que entendessem profundamente o tema da inclusão. E eles foram perfeitos, não só na solução como na escuta ativa”, diz Pavin.

Confira, a seguir, a entrevista completa:

Para Caroline Dall Acua, uma das fundadoras da Alia Inclui — e que, assim como Silva, é deficiente visual —, a recíproca é verdadeira. “O convite da Nestlé foi um grande presente e um grande desafio. Nossa empresa começou com uma fábrica de sorvetes querendo colocar braile nas embalagens. Hoje, temos um app completo e capaz de tornar produtos, textos e imagens acessíveis.”

Como funciona o app

O aplicativo da Alia Inclui localiza o código de barras por comandos de voz. Quando o celular encontra o ponto de leitura, vibra para indicar que está pronto e passa a descrever ingredientes, advertências e informações nutricionais. Um chatbot alimentado por inteligência artificial complementa a experiência, permitindo tirar dúvidas específicas — recurso útil para quem precisa confirmar alergênicos ou restrições.

A ferramenta foi testada com consumidores cegos, que sugeriram 41 ajustes antes do lançamento. Silva participou das validações e ajudou a identificar situações práticas que o app precisava resolver, como descrições mais objetivas, respostas rápidas e lógica de navegação simplificada.

Um chamado para o mercado

O objetivo da Nestlé com essa iniciativa é ampliar o acesso à informação para um contingente estimado em 17 milhões de brasileiros cegos, com baixa visão ou não alfabetizados. Se incluídos idosos, pessoas com baixa visão ou condições que dificultam a leitura, esse número, segundo a companhia, pode chegar a 80 milhões.

“Agora que diminuímos a complexidade, o próximo passo é ganhar escala. A Nestlé Brasil foi pioneira, mas queremos convocar outras indústrias a cadastrarem seus produtos dentro do app, que está disponível para qualquer empresa”, destaca Pavin.

"O Brasil tem 17 milhões de pessoas cegas, com baixa visão ou não alfabetizadas"

Comunicação com foco em autonomia

A campanha de lançamento contou com um time liderado por Rafael Berenguer, gerente executivo de Marketing Integrado da Nestlé. Foram produzidas peças para TV, redes sociais, mídia externa e ativações especiais.

Influenciadores com deficiência visual, por exemplo, foram chamados para testar a ferramenta, e uma prova do MasterChef com Regiane Silva exibiu embalagens de Leite Moça sem rótulo como forma de provocar debate sobre dependência e identificação de produtos.

O executivo destaca a abordagem adotada pelo time de comunicação: “Na construção da campanha, pensamos como um grande lançamento, aproximando a sociedade do tema da inclusão sem deixar a mensagem técnica ou distante do usuário. Buscamos pessoas reais que vivenciam esses desafios, mostrando como o aplicativo impacta o dia a dia delas.”

O resultado da campanha pode ser conferido neste vídeo:

Para Berenguer, o projeto vai além de números e alcance: “O mais gratificante é ver o impacto na vida das pessoas. Quando uma colaboradora como a Regiane consegue autonomia na gôndola do supermercado, percebemos que a comunicação, aliada à tecnologia, faz diferença de verdade. Esse é o propósito que guia toda a nossa campanha.”

O aplicativo da Alia Inclui está disponível gratuitamente via Google Play ou Apple Store. Após instalar, basta apontar o celular para a embalagem e seguir as instruções de voz até localizar o código de barras, que será lido automaticamente.

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