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Rio Tinto desacelera investimento na Guiné, dizem fontes

A mineradora teria demitido 90 por cento de seus funcionários na Guiné, afirmaram fontes


	Rio Tinto: a mineradora estaria aguardando um marco regulatório mais estável na Guiné
 (REUTERS/Rio Tinto)

Rio Tinto: a mineradora estaria aguardando um marco regulatório mais estável na Guiné (REUTERS/Rio Tinto)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2013 às 21h09.

São Paulo - A mineradora global Rio Tinto desacelerou os investimentos para a exploração da reserva de minério de ferro de Simandou, na Guiné, e demitiu funcionários, disseram fontes governamentais do país africano na segunda-feira.

As fontes, que pediram anonimato, falaram depois de negociações no fim de semana entre executivos da Rio Tinto e autoridades, durante as quais a mineradora teria pressionado o governo a resolver questões jurídicas e de financiamento.

Essas fontes disseram que a Rio Tinto, sob pressão de investidores para cortar custos, demitiu 90 por cento dos seus empregados na Guiné.

"(A Rio Tinto) anunciou essencialmente que congelou seus investimentos na Guiné, argumentando que está esperando um marco regulatório mais estável e seguro por parte do governo", disse uma das fontes governamentais.

Duas outras fontes graduadas do governo confirmaram que a Rio Tinto anunciou uma paralisação dos seus investimentos.

A empresa negou que tenha deixado de operar, mas confirmou que está trabalhando com o governo para resolver questões pendentes, inclusive o financiamento para a parte do governo em ambiciosas obras de infraestrutura.

"O projeto Simandou definitivamente não está congelado, e a Rio Tinto continua progredindo com o projeto e está comprometida com seu desenvolvimento", disse um porta-voz da empresa. "A atual prioridade é finalizar o marco de investimentos, e que o governo da Guiné assegure seu financiamento." Esse porta-voz da empresa disse que as discussões dos executivos com o governo foram "construtivas".

Fontes governamentais disseram que o novo presidente executivo da Rio Tinto, Sam Walsh e outros diretores se reuniram com o presidente Alpha Condé e com o ministro das Minas, Mohamed Lamine Fofana, para informar a decisão da companhia.


As fontes disseram que Walsh informou que a Rio Tinto reduziria seu orçamento em 600 milhões de dólares e ficaria com apenas cinco empregados na Guiné.

A Rio Tinto está desenvolvendo parte da gigantesca concessão de minério de ferro de Simandou, uma das maiores reservas inexploradas de ferro no planeta, perto da fronteira com a Libéria.

Uma forte redução nos preços globais das matérias-primas tem obrigado mineradoras como a Rio Tinto a arquivarem planos de expansão, incluindo a BHP Billiton e a Vale.

Em outubro do ano passado, a Vale colocou em revisão o escopo e o cronograma do projeto de minério de ferro Simandou, na Guiné, em meio a dificuldades com o governo local e à necessidade de adiar investimentos num cenário econômico difícil.

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