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RH deve olhar para as mulheres operárias, diz Luiza Trajano

Empresária participou de evento para promover a igualdade de gênero nesta terça-feira (8), em São Paulo


	Luiza Trajano: para ela, funcionárias terceirizadas devem receber os mesmos incentivos que as demais
 (Denis Ribeiro/Abril)

Luiza Trajano: para ela, funcionárias terceirizadas devem receber os mesmos incentivos que as demais (Denis Ribeiro/Abril)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 8 de março de 2016 às 17h48.

São Paulo - "O RH precisa olhar agora para a mulher operária. Nós executivas temos motorista, temos babá. A funcionária terceirizada muitas vezes larga o filho sozinho para poder trabalhar", disse Luiza Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza.

A frase foi dita durante evento promovido pelo Movimento Mulher 360, o Great Place to Work, a ONU Mulheres e a revista Época nesta terça-feira (8), em São Paulo.

O encontro reuniu representantes de empresas que têm programas concretos para promover a igualdade de gênero, com o objetivo de fomentar ainda mais o debate sobre empoderamento feminino.

A Magazine Luiza é uma delas. A varejista adota uma série de medidas para ajudar as funcionárias a conciliar carreira e vida pessoal.

Entre as ações está o "cheque mãe". O auxílio é concedido a todas as colaboradoras com filhos de até 10 anos e 11 meses de idade.

Segundo Luiza Trajano, os benefícios para as mulheres não podem ficar restritos apenas aos níveis gerenciais e devem ser estendidos também às terceirizadas.

"Aqui no escritório do Magazine, a gente inclui todas elas. Eu tenho essa missão. Se vocês não puderem fazer isso, pelo menos peçam que o RH exija que as fornecedoras olhem para a mulher operária", aconselhou Luiza às demais empresas.

Outros exemplos

Para o diretor-geral do Twitter no Brasil, Guilherme Ribenboim, a diversidade contribui para a transparência de uma companhia e para que cada funcionário se sinta mais confortável e engajado em trabalhar ali.

"Essa não é simplesmente uma questão humanitária de direitos, é uma questão de negócio", afirmou.

Por isso, a rede social busca contratar mais profissionais que fazem parte de minorias (como mulheres, negros e gays) e, desde 2014, mensura e divulga a participação deles em sua força de trabalho.

Ela também usa sua plataforma para divulgar os Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs, na sigla em inglês), difundidos pela ONU Mulheres, e patrocina um movimento que busca trazer mais estudantes para cursos de engenharia e tecnologia.

Liderança engajada

Uma empresa só alcança a diversidade, porém, se tiver líderes envolvidos com o tema, acredita Isabella Wanderley, vice-presidente de desenvolvimento de novos canais do Grupo Boticário.

"Precisamos formar líderes que tenham essa visão de equidade e também trazer os homens para essa discussão", disse.

A fabricante de cosméticos trabalha o tema com benefícios como programas de incentivo à amamentação e licença-maternidade estendida.

A presidente da Johnson & Johnson, Maria Eduarda Kertész, concorda com a necessidade de engajar o público masculino no assunto e reforça que é preciso quebrar estereótipos.

"A gente não vai conseguir mudar a condição da mulher no mercado de trabalho se não mudar a do homem dentro de casa", afirmou.

Segundo ela, a empresa contribui para isso ao divulgar comerciais em que os pais cuidam do bebê, por exemplo. "A propaganda influencia nossa cultura", disse.

A executiva também defende um olhar especial para as mulheres na hora de selecionar candidatos a uma vaga de emprego.

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