Retomada de crédito ainda é incerta, diz Itaú
A instabilidade política e o adiamento das reformas postergaram a retomada da demanda por crédito
Karin Salomão
Publicado em 1 de agosto de 2017 às 17h04.
Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 18h30.
São Paulo - Com a crise econômica, a carteira de crédito do Itaú encolheu no primeiro se, tanto para pessoas físicas quanto para empresas. No primeiro semestre do ano, a queda foi de 3,5% em relação ao ano anterior.
O banco ainda não sabe dizer, com certeza, quando o crédito irá voltar a crescer. A instabilidade política e o adiamento das reformas postergaram a retomada da demanda por crédito. O presidente executivo do Itaú Unibanco, Candido Botelho Bracher, avalia que o indicador deverá se estabilizar no segundo semestre do ano.
Apesar da queda, algumas linhas de crédito cresceram no trimestre. Imobiliário e cartão de crédito subiram 5,4% e 3,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, respectivamente.
Isso ocorre porque é mais fácil pessoas físicas voltarem a tomar empréstimos, logo após suas condições financeiras melhorarem, explica Marcelo Kopel, diretor de Relações com Investidores do banco.
Nas grandes empresas a recuperação é mais lenta, pois elas dependem de renegociações e vendas de ativos para remodelarem sua estrutura de capital. Tanto é que a linha de crédito voltada às empresas encolheu 6,3% no trimestre em relação ao ano passado.
"À medida que as companhias aumentarem seu ritmo de produção, também irá aumentar a necessidade de linhas de capital de giro", afirmou Kopel, em conferência com jornalistas.
O banco espera que sua carteira de crédito termine o ano no piso do guidance divulgado, que é de estabilidade até alta de 4%. No Brasil, os empréstimos podem encolher até 2% ou, na melhor das hipóteses, crescer até 2%.
Mesmo com tantas certezas, o bom desempenho do Itaú é certo. O banco reportou lucro líquido recorrente de 6,17 bilhões de reais no segundo trimestre, 10,65% a mais que o registrado no mesmo intervalo do ano passado.