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Ressalvas devem dar credibilidade às contas da Petrobras

A inclusão de cálculos, mesmo que parciais, sobre as baixas dos ativos podem ajudar a dar credibilidade ao balanço


	Paulo Roberto da Costa: as investigações sobre corrupção surgiram e se tornaram públicas quando o ex-diretor fez a delação premiada
 (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

Paulo Roberto da Costa: as investigações sobre corrupção surgiram e se tornaram públicas quando o ex-diretor fez a delação premiada (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2014 às 10h36.

São Paulo - A inclusão de cálculos, mesmo que parciais, sobre as baixas dos ativos e esclarecimentos sobre o fato de as perdas serem possivelmente maiores podem ajudar a dar alguma credibilidade ao balanço da Petrobras, apontam especialistas.

"Funciona (a inclusão de dados parciais), se a Petrobras, com a melhor informação disponível hoje, de maneira imparcial, registrar os valores que, de boa fé, acredita serem os verdadeiros. Não dá para existir nada além disso", diz o advogado Bruno Werneck, sócio do escritório Mattos Filho.

Ele admite que o auditor pode, ainda assim, não ter a segurança necessária para dar seu aval ao documento, mesmo com as premissas indicadas pela Petrobras.

"Essa é a dificuldade, o convencimento do auditor de que aquele é o valor certo neste momento", disse.

Werneck pondera que, diferentemente da Embraer, no caso da Petrobras as investigações sobre corrupção surgiram e se tornaram públicas quando o ex-diretor da companhia Paulo Roberto Costa fez a delação premiada e declarou que havia desvios.

Réu confesso

"No caso da Petrobras, a companhia é um réu confesso e o auditor se sente mais inseguro de auditar e declarar que o documento reflete o que deveria refletir", diz o advogado, lembrando que as auditorias podem no futuro sofrer penalidades de alguma autoridade que entenda que a firma não analisou os números o suficiente.

Na segunda-feira, executivos da Petrobras salientaram em teleconferência que a companhia está debruçada sobre o balanço para trazer a valor justo ativos que foram objeto de superfaturamento na construção ou aquisição.

Segundo o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, se houve sobrepreço, esse valor será retirado do imobilizado e levado a resultado.

Já a presidente da Petrobras, Graça Foster, explicou que, para aferir a proporção do sobrepreço, estão sendo consideradas as denúncias em Juízo.

A advogada tributarista Isabel Bertoletti, do Machado e Associados, no entanto, salienta que trazer os ativos a valor justo é um dos pontos de atenção do balanço, já que, como a investigação ainda está se desenvolvendo, não é possível saber se outros itens importantes serão identificados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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