Residencial com agrofloresta quer virar tendência no Brasil agrofloresta (Parqville Figueira/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2022 às 07h30.
Hortas comunitárias? Espaços para a troca de plantas que estão sobrando? Diferenciais do tipo, oferecidos por diversos condomínios residenciais, mal se comparam ao que um empreendimento imobiliário de Goiás, o Parqville Figueira, está prometendo: uma agrofloresta e uma fazenda urbana para os moradores desfrutarem.
A agrofloresta do condomínio horizontal – que está sendo erguido em Aparecida de Goiânia, a 20 quilômetros da capital – vai se espalhar por 24 mil metros quadrados. Inicialmente, 2.700 mudas de mandioca, pimenta, tomate, banana, couve, rúcula, agrião, cenoura, beterraba, couve-flor, brócolis, alface e outras hortaliças que não vivem sem sol serão plantadas nessa área.
Mas isso só até as árvores previstas para essa agrofloresta ganharem tamanho. Quando já estiverem altas, o condomínio dará preferência a espécies que se dão bem com meia sombra, como as frutíferas.
A fazenda urbana do Parqville Figueira vai ocupar uma área de 1.100 metros quadrados. Foi incluída no projeto para permitir o cultivo de alimentos orgânicos para os moradores. A cada semana, estima-se, produzirá 1.000 pés de hortaliças para o consumo. Esse volume deverá se traduzir em 100 cestas de produtos semanais.
O cultivo da fazenda ficará a cargo de um especialista no assunto e as hortaliças poderão ser adquiridas pelos moradores a preço de custo. Os condôminos também estão convidados a colocarem a mão na terra. E o empreendimento, que poderá abrigar até 295 famílias, pretende promover oficinas de educação ambiental e alimentação saudável.
Os chamados “agrihoods”, bairros americanos planejados que beiram a autossuficiência no que se refere a alimentos, serviram de inspiração para o futuro empreendimento, em fase de vendas.
Um condomínio de apartamentos que está sendo construído em São Francisco, na Califórnia (EUA),terá uma fazenda de cerca de 6 mil metros quadrados com capacidade para produzir 9 mil quilos de alimentos por ano.
“Visitamos diversos agrihoods americanos em 2018”, contou à Exame Eduardo Oliveira, sócio da Cinq Desenvolvimento Imobiliário, companhia responsável pelo lançamento. “A base dessas comunidades é a produção de alimentos orgânicos de forma coletiva e a convivência social”, contou.
A empresa torce, disse ele, para que o convívio dos moradores não fique restrito às áreas de lazer, como é de praxe. E que os condôminos possam se alimentar com mais saúde e consciência.
“O objetivo é aproximar os moradores, especialmente as crianças, dos alimentos que elas consomem, além de promover saúde, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente”, resumiu Oliveira.
A agrofloresta, a bem da verdade, se deve ao acaso. Ao mapear o terreno, a Cinq Desenvolvimento Imobiliário se deparou com dois olhos d’água até então desconhecidos. Para preservá-los, foi necessário estabelecer um raio de 100 metros – que não poderiam continuar descampados. Para arborizar o quanto antes essa área optou-se pela agrofloresta.
A mistura de espécies, defendem os especialistas no assunto, é a melhor receita para promover o desenvolvimento natural de uma floresta – sobretudo dentro dos perímetros urbanos. A simbiose, afinal, favorece tanto o enriquecimento do solo como a produção de alimentos, entre outros benefícios.
Com lotes de 360 metros quadrados a 910, o Parqville Figueira vai dispor de todos os atrativos de praxe – leiam-se piscinas, academia, campo de futebol e playground. Quadras serão três – poliesportiva, de tênis e beach tennis. Área para pets, salão de festas, capela, ciclovias e alamedas também estão previstas.