Negócios

Rede de bazares sobrevive à crise, evita demissões e fatura R$ 2,7 mi

A Zappim, criada por Roberto Basso em 2010, enfrentou quebra, pandemia e enchentes no RS, mas retomou o crescimento com seis lojas e foco em impacto local

Sócios da gaúcha Zappim: jornada de reinvenção e resiliência no varejo (Divulgação/Divulgação)

Sócios da gaúcha Zappim: jornada de reinvenção e resiliência no varejo (Divulgação/Divulgação)

Estímulo
Estímulo

Estímulo

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 15h13.

Última atualização em 4 de dezembro de 2025 às 15h15.

Tudo sobreEstímulo
Saiba mais

Roberto Basso é fundador da Zappim, uma rede de bazares e lojas de utilidades domésticas cuja história começa em 2010, mas as raízes vêm de muito antes.

Desde criança, ele já mostrava a sua veia empreendedora: vendia o que encontrava no quintal, montava e revendia bicicletas, sempre buscando transformar pequenas oportunidades em renda.

Vem de uma família de empreendedores e, antes de ter o próprio negócio, acumulou uma sólida experiência no varejo e em serviços, passando por empresas como Ipiranga, Localiza, Unidas, HSBC e até por uma loja de utilidades na Inglaterra.

Essa trajetória no varejo, somada ao convite de um amigo representante do segmento, foi o empurrão final para abrir a sua primeira loja.

Em outubro de 2010, Roberto inaugurou a sua primeira unidade de bazar, focada em utilidades domésticas. O modelo deu certo rapidamente: em poucos anos, a rede chegou a seis lojas.

Porém, entre 2015 e 2016, passou por um período difícil. Uma combinação de fatores econômicos e de gestão, levou a uma quebra. Momento em que ele precisou enxugar a operação, voltando a ter apenas uma unidade.

Nesse processo, comprou a parte do sócio, redesenhou o formato da loja, ajustou o mix de produtos, layout e posicionamento, e contou com o apoio de outros lojistas do setor para reorganizar o negócio.

Aos poucos, a empresa foi retomando o fôlego, com decisões mais maduras e foco em sustentabilidade no longo prazo.

Sem demissões

A partir de 2019, a expansão voltou a ganhar corpo: Roberto abriu novamente a segunda loja e, no início da pandemia, decidiu testar um modelo de franquias, chegando a três franqueadas ativas.

Embora o formato tenha mostrado potencial, ele percebeu que não conseguiria garantir o padrão de entrega e operação que considera indispensável para a marca.

Por isso, tomou uma decisão difícil, mas coerente com seus princípios: encerrar o projeto de franquias e concentrar esforços no que poderia controlar com excelência.

Hoje, a rede opera com seis lojas próprias e conta com dois parceiros licenciados, que utilizam a marca, mas sem o modelo formal de franquia. Fechou o ano passado com faturamento acima de R$ 2,7 milhões.

Ao longo desse caminho, vieram novos testes e desafios. Na pandemia, Roberto optou por preservar a equipe, atravessando o período sem demissões.

Testou vendas on-line, que, na prática, tiveram pouco resultado frente ao modelo físico, mas buscou alternativas até a retomada mais consistente do comércio.

Mais recentemente, nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, a rede não sofreu danos materiais diretos, mas três lojas ficaram sem energia por períodos de 18, 7 e 3 dias, o que impactou fortemente as vendas.

Com o crédito acessível e sem burocracia concedido pelo fundo de impacto Estímulo, por meio do fundo emergencial Retomada RS, o jogo mudou. Os R$ 140 mil depositados em 5 dias úteis na conta PJ deu para tomar fôlego e manter os planos.

Assim, ele escolheu posicionar o negócio ao lado da comunidade: em vez de apenas repassar os custos, trabalhou com margens menores em vários itens, ajudando clientes a se reestruturarem em um momento crítico.

A história de Roberto é, sobretudo, uma jornada de reinvenção e resiliência no varejo. De um empreendedor que começou pequeno, aprendeu na prática com grandes empresas, caiu, levantou e, sempre que necessário, redesenhou o próprio negócio sem perder de vista o compromisso com qualidade, relacionamento e impacto local.

Hoje, sua rede de bazares e utilidades domésticas se consolida como referência na região, resultado de uma trajetória construída ao longo de anos, feita de coragem para arriscar, humildade para recomeçar e determinação para continuar crescendo com responsabilidade.

Este conteúdo foi produzido pelo Fundo de Impacto Estímulo - que apoia pequenos empreendedores brasileiros com crédito facilitado, capacitação e conexões - em parceria com a EXAME. Para saber mais sobre o Estímulo visite o site do projeto. Leia aqui todas as reportagens já publicadas.

Assista ao mais recente episódio do Choque de Gestão, reality show de empreendedorismo da EXAME

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:Estímulo

Mais de Negócios

Como ele construiu um negócio de US$ 2 bilhões sem dívidas, venture capital ou IPO

Kim Kardashian transforma Skims em marca de US$ 5 bi e agora ensina como fazer o mesmo

De quase quebrar à liderança de mercado: como essa empresa passou a valer US$ 85 bilhões em 2025

De startup de dados a gigante de IA: como essa empresa está buscando avaliação de US$ 134 bilhões