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Range Rover, Audi, BMW: demanda por carro blindado sobe, e Brasil é líder

Brasil é líder de carros blindados por pessoa, mas gastos com veículos protegidos vêm crescendo mesmo em países desenvolvidos

Land Rover: segundo a fabricante, funcionários de fábricas não serão afetados (Rand Rover/Divulgação)

Land Rover: segundo a fabricante, funcionários de fábricas não serão afetados (Rand Rover/Divulgação)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 1 de novembro de 2019 às 17h15.

O Range Rover Sentinel 2020, lançado em março, contém mais de uma tonelada de chapa de aço balístico e vidro blindado.

O veículo resiste a uma bomba que explode à queima-roupa e pode proteger contra balas disparadas por pistolas AK-47s, AR-15s e 9 mm. Seu motor V8, com 510 cavalos de potência, pode atravessar águas profundas, descer montanhas íngremes e correr a 193 km/h - um feito admirável, considerando que o Sentinel pesa 4,5 mil quilos, mais do que o dobro do peso de um Range Rover comum.

O veículo também possui uma escotilha que permite escapar pelo compartimento do bagageiro, caso as portas se tornem inutilizáveis. Projetado e construído pela equipe de Operações Especiais de Veículos da Land Rover em West Midlands, Inglaterra, não é o primeiro veículo à prova de balas que a Land Rover fabricou internamente, mas é certamente o mais resistente.

O lançamento do Sentinel destaca um segmento da indústria automotiva que muitas vezes passa despercebido: a fabricação e a venda de veículos blindados. E, atualmente, há uma demanda crescente de consumidores dispostos a gastar centenas de milhares de dólares nesses carros.

“Muitas regiões do mundo estão se desenvolvendo economicamente muito rapidamente, e os gastos com defesa estão correlacionados com isso”, diz Philip Nadjafov, cuja família fundou a Isotrex em Toronto, em 2005. Ele diz que os negócios no exterior, especialmente para cumprir os contratos de manutenção da paz da ONU e de governos, aumentaram vertiginosamente nos últimos três anos. “As pessoas estão investindo em segurança.”

Embora marcas como Audi, BMW e Land Rover já ofereçam opções internas à prova de balas, é o aumento das vendas de muitos fornecedores privados nos EUA que indica os lucros reais. Não existem dados abrangentes para o setor em geral, mas entrevistas com executivos indicam expectativas de crescimento do mercado próximas a dois dígitos, ano após ano, no futuro próximo.

Algumas empresas, como o O’Gara Group, existem há mais de 100 anos. O grupo fornecia limusines blindadas na década de 1940, quando Harry Truman era presidente - e cliente. Outras surgiram mais recentemente: a Manhattan Armour foi fundada na cidade de Nova York em 1979; a International Armoring Corporation foi fundada em Ogden, Utah, em 1993; e a AddArmor foi fundada em Jackson, Wyoming, em 2017. Essas empresas continuam sendo impulsionadas pela demanda de todos os cantos do mundo: do Brasil à Ucrânia, da Nigéria às Filipinas, todos querem se proteger contra qualquer ameaça iminente.

Estima-se que 200 mil a 300 mil veículos blindados circulem nas ruas em todo o mundo. O Brasil lidera com o maior número per capita de veículos blindados do mundo, de acordo com a Texas Armouring. São Paulo atualmente recebe 800 veículos blindados por mês.

Mas embora a demanda seja perene no Brasil e tenha aumentado muito recentemente no México, as vendas agora são puxadas pela África Ocidental, em países como a Nigéria, cuja economia crescente é a maior do continente. Também pelos EUA, onde empresas como a Texas Armoring dobraram as vendas. Na ArmorMax, os EUA respondem por quase 80% dos negócios, uma inversão em relação há 20 anos.

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