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Raízen vê alta de 30% no custo para transportar etanol

São Paulo - A Raízen, maior produtora individual de açúcar e etanol de cana do mundo, estima que os entraves logístico vistos neste ano poderão elevar os custos de transporte do biocombustível em cerca de 30 %, disse um vice-presidente para o segmento nesta quarta-feira. "O custo é visível que aumenta... O custo para encarar […]


	Raízen: joint venture entre a Shell e a Cosan, já iniciou a moagem de cana em 2013/14 e estima um aumento de cerca de 10 % na produção de etanol na atual temporada.
 (Ricardo Teles/Divulgação)

Raízen: joint venture entre a Shell e a Cosan, já iniciou a moagem de cana em 2013/14 e estima um aumento de cerca de 10 % na produção de etanol na atual temporada. (Ricardo Teles/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 21h47.

São Paulo - A Raízen, maior produtora individual de açúcar e etanol de cana do mundo, estima que os entraves logístico vistos neste ano poderão elevar os custos de transporte do biocombustível em cerca de 30 %, disse um vice-presidente para o segmento nesta quarta-feira.

"O custo é visível que aumenta... O custo para encarar a deficiência (logística), na média, cresce 30 %, se não mais, com a falta de caminhão, a estadia por espera, frete mais caro", disse à Reuters o vice-presidente da Raízen para Logística, Distribuição e Trading, Leonardo Gadotti.

Ele explicou que o setor trabalha com custos logísticos crescentes, em função dos problemas na infraestrutura, associada a novas legislações, como a lei federal com restrições ao número de horas que os caminhoneiros podem trabalhar.

A Raízen, joint venture entre a Shell e a Cosan, já iniciou a moagem de cana em 2013/14 e estima um aumento de cerca de 10 % na produção de etanol na atual temporada, podendo atingir 2,2 bilhões de litros, alta de 10 % sobre o ciclo anterior.

Oficialmente, a safra 2013/14 do centro-sul começa em meados de abril.

A empresa investiu nas últimas duas safras cerca de 600 milhões de reais em infraestutura logística, com a construção de novos terminais e adequação dos já existentes, com vistas à redução dos custos para escoar o biocombustível. E mantém avaliações para novos investimentos.

Mas o executivo ponderou que estes estudos contemplam um horizonte de longo prazo, uma vez que obras de infraestrutura levam no mínimo dois anos para começarem a ser implantadas, em face do período necessário para a emissão de licenças.

Atualmente, além das 24 usinas, a Raízen conta com 57 pontos de suprimento, usados para transferir o biocombustível para os caminhões que depois seguem para o porto de Santos, principal via de escoamento do produto para o exterior, por onde saem 90 % das exportações de etanol.


"O etanol é mais dependente da logística de 'rodas' do que a gasolina que tem uma logística de dutos e de (navegação de) cabotagem... O etanol ainda depende muito de caminhão", disse.

DISPUTA Esta dependência ficará mais evidente em um ano como este em que as estimativas apontam safra recorde de soja no Brasil, de mais de 80 milhões de toneladas, competindo por espaço no porto de Santos.

"São aquelas filas gigantes (de caminhões) que a gente vê na entrada do porto de Santos... Ele é disputado entre várias commodities e o custo disso acaba batendo em preço, eficiência, perda de competitividade", acrescentou.

A Raízen movimenta em média 7 bilhões de litros de etanol por ano, considerando a produção própria e o que passa pela mesa de comercialização.

A trading Raízen, que comercializa a produção própria e a de produtores independentes, exporta em média cerca de 1 bilhão de litros por ano. E o crescimento esperado nos embarques também é de 10 %, em linha com as estimativas do mercado.

As exportações de etanol do Brasil superaram 3 bilhões de litros no atual ano-safra, seguindo sobretudo para os Estados Unidos, e devem subir para pouco mais de 3,5 bilhões de litros na próxima temporada, crescendo na proporção da produção, ressaltou o executivo.

O executivo avalia que as vendas devem seguir firmes para o mercado norte-americano também neste ano, mesmo com a perspectiva de uma grande safra de milho --matéria-prima para a produção de etanol naquele país.

Com a obrigatoridade de combustíveis renováveis na matriz dos Estados Unidos, o país acrescentará 13,8 bilhões de galões de etanol de milho à gasolina em 2013, segundo o executivo.

Além disso, também serão necessários mais cerca de 1 bilhão de galões de combustíveis avançados, incluindo etanol de cana e o biodiesel, para cumprir o mandato norte-americano.

"A expectativa é que tem espaço para o etanol de cana no mercado norte-americano, porque o mandato que foi fixado dá para contemplar toda a produção de etanol de milho mais a de etanol de cana e biodiesel", afirmou.

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