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Dono da Havan critica isolamento e diz que vai bombar de vender alimentos

Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, pede isolamento pontual contra o coronavírus e diz: “Queremos ser o Carrefour”

Havan: cerca de 130 lojas estão abertas e 15 permanecem fechadas (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Publicado em 20 de maio de 2020 às 16h30.

Última atualização em 20 de maio de 2020 às 17h18.

A varejista Lojas Havan , conhecida pelas vendas de eletrodomésticos e itens para a casa, começou a vender alimentos. Com essa categoria, a rede poderia ser considerada negócio essencial e, dessa forma, manter as lojas abertas. "Nesse momento de pandemia, achamos que a melhor forma de atender os clientes é colocar esses produtos à disposição", diz Luciano Hang, proprietário da Havan, em entrevista à Exame.

O empresário diz que o modelo de suas lojas de departamento é semelhante ao de hipermercados e atacarejos, com lojas grandes de autosserviço, e que permanecem abertas na quarentena. "O Carrefour também vende TV, confecção, tudo o que vendemos. Agora vamos entrar no mercado deles", diz, sobre a venda de alimentos. "Queremos ser o Carrefour, o Extra, e incluir alimentos."

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De acordo com ele, a Havan é uma varejista com foco em produtos sazonais, do início do ano com vendas de material para volta às aulas ao Natal, passando por outras datas comemorativas.Esses produtos ficam disponíveis em uma área sazonal específica dentro da loja. Agora, essas áreas devem vender alimentos, já que são os itens mais buscados no momento. “Nossas lojas têm de 5 mil a 30 mil metros quadrados. Temos espaço para vender qualquer produto que quisermos", diz.

De acordo com ele, a venda de alimentos é uma oportunidade que surgiu com a crise, desencadeada com a pandemia do novo coronavírus.A varejista já vendia alimentos antes da pandemia, como ovos de páscoa e panetones, e deve manter o reforço na categoria mesmo depois da pandemia.

"Vamos estourar de vender alimentos agora", diz. O objetivo é que o setor de alimentos se torne tão relevante quanto outros mais tradicionais da loja, como eletrodomésticos, utensílios de cozinha e cama, mesa e banho. A categoria de alimentos está sendo ampliada nas lojas aos poucos e, em lojas menores, não deve ser incluída.

O empresário cita que outras empresas, como Magazine Luiza, também passaram a vender itens de supermercado em seus marketplaces. No Magalu, o supermercado ganhou muita relevância para a empresa — categoria restrita ao comércio eletrônico. O Mercado Livre, plataforma de marketplace totalmente digital, também acelerou as vendas em alimentos e itens de saúde.

Quarentena

Sobre a quarentena imposta para diminuir a transmissão do novo coronavírus, o empresário diz que é contra o fechamento em cidades em que não há casos da doença. "O lockdown feito no Brasil foi precipitado, atabalhoado, queimaram a largada", afirma. Segundo ele, não há comprovação para a eficácia do isolamento e que apenas cidades com casos de transmissão da doença deveriam ter a quarentena decretada.

Em março, um estudo feito por pesquisadores de Singapura mostra que as medidas de distanciamento social, o fechamento de escolas e a quarentena de pessoas infectadas são as medidas mais efetivas para conter a propagação do novo coronavírus, causador da doença covid-19.

Atualmente, cerca de 130 lojas da Havan estão abertas e 15 permanecem fechadas. A Havan chegou a ter lojas lacradas por autoridades em Marília, no interior de São Paulo, e em Rio Branco, no Acre, por contrariar medidas de quarentena das cidades. Em março, no início da pandemia, O Ministério Público de Santa Catarina recomendou uso da Polícia Militar para promover o fechamento e interdição de lojas da rede Havan, do empresário Luciano Hang, que permaneciam em funcionamento no estado.

Mesmo com essas lojas fechadas, Hang diz que as vendas no mês de maio serão semelhantes às no mesmo mês no ano passado e, em junho, haverá crescimento na receita. O comércio eletrônico deverá ter aumento de 100% nas vendas, diz.

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