O jovem de 19 anos herdou 12,5% da holding da família, a Delfin (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 30 de maio de 2023 às 12h45.
Última atualização em 6 de outubro de 2023 às 10h52.
O posto de bilionário mais jovem do mundo tem um novo líder, Clemente Del Vecchio. Com 19 anos, o italiano é dono de uma fortuna estimada em US$ 3,8 bilhões — ou R$ 19,3 bilhões. Os dados são do índice em tempo real de bilionários da "Forbes".
O jovem bilionário é um dos seis filhos de Leonardo Del Vecchio, executivo que faleceu em meados do ano passado. O empresário fundou a italiana Luxottica, hoje conhecida EssilorLuxottica, após a fusão com a francesa Essilor em 2018. A companhia, dona de marcas como Ray-Ban e Oakley, é a maior empresa de óculos do mundo.
Com o falecimento do patriarca, Clemente herdou 12,5% da holding da família, a Delfin. A estrutura, além da EssilorLuxottica, tem participação na seguradora Generali, nos bancos Mediobanca e UniCredit e na Covivio, uma incorporadora imobiliária com sede em Paris e Milão.
Além de Clemente, a família Del Vecchio tem outros dois representantes na lista dos bilionários mais jovens da "Forbes". Luca, de 21 anos, e Leonardo Maria, de 28, ambos com fortunas avaliadas em US$ 3,8 bilhões.
Leonardo Del Vecchio foi uma dessas figuras que saem do nada para construir império. De uma infância pobre, parte dela vivada em um orfanato, o executivo nascido em 1935 se tornou um dos homens mais ricos do país.
Filho de dois vendedores de fruta emigrantes do sul da Itália, Del Vecchio se tornou órfão de pai antes mesmo de nascer. A mãe não conseguiu sustentar o filho e decidiu entregar a criança para um orfanato de Milão, o Martinitt, onde ele permaneceu até os 14 anos.
No mesmo ano, Del Vecchio começou a trabalhar em uma empresa produtora de medalhas e taças, onde aprendeu as primeiras noções de incisão. Durante o dia, trabalhava e à noite frequentava a escola na prestigiosa Academia de Brera, aprendendo desenho e gravura.
Aos 26 anos, ele se mudou para Agordo, pequena cidade no norte da Itália onde a prefeitura oferecia terrenos de graça para quem instalasse uma empresa em seu território, e fundou a Luxottica, em 1961, como uma fábrica de componentes para óculos.
O negócio cresceu e Del Vecchio passou a criar mais produtos, desenvolvendo armações, lentes de contato até perceber que poderia ir muito além. Ao longo do tempo, entrou na área de licenciamentos, como a parceria feita com Giorgio Armani, em 1988, e investiu na aquisição de marcas como Ray-Ban e Oakley.
À medida que o negócio se expandia, Del Vecchio foi sendo conhecido também por seus investimentos em outros empreendimentos de peso no mercado italiano. A partir da Delfin, colocou recursos em alguns dos maiores negócios do país, como a Generali, Mediobanca, UniCredit e Covivio.
Desde 2018, a companhia criada por Del Vecchio tem uma dupla nacionalidade, é franco-italiana, resultado da fusão com a Elissor.
A empresa está listada na Euronext Paris e registrou faturamento de € 24,5 bilhões, crescimento de 7,5% sobre o período de 2021. Os principais mercados para negócio são a Europa e a América do Norte, regiões com alta nas vendas em 11,2% e 4%, respectivamente, no ano passado.