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Morre Leonardo Del Vecchio, fundador da Luxottica (ESLOF), controladora da Ray-Ban, Oakley e Persol

A Luxottica é a maior empresa do mundo de ótica, com mais de 7 bilhões de euros de faturamento, 9 mil lojas e 80 mil funcionários

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Leonardo del Vecchio, fundador da Luxottica  (EXAME/Exame)

Leonardo del Vecchio, fundador da Luxottica (EXAME/Exame)

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Carlo Cauti

Publicado em 27 de junho de 2022 às, 08h54.

Última atualização em 28 de junho de 2022 às, 00h03.

O fundador da gigante dos óculos Luxottica (ESLOF), o italiano Leonardo Del Vecchio, morreu na madrugada desta segunda-feira, 27, em Milão, na Itália, aos 87 anos.

A Luxottica é a maior empresa do mundo de ótica, com mais de 7 bilhões de euros (cerca de R$ 40 bilhões) de faturamento, 9 mil lojas e 80 mil funcionários, controladora de uma série de marcas famosas como Ray-Ban, Persol, Oakley, Prada, Armani e Dolce & Gabbana.

Del Vecchio foi um símbolo do capitalismo italiano e da recuperação econômica do país europeu após a Segunda Guerra Mundial.

Em 2018 se tornou EssilorLuxottica, após a fusão com a francesa Essilor, mas Del Vecchio manteve o controle da nova empresa através da holding Delfin, que controla 38,93% do capital, sendo que 4,9% das ações são de propriedade dos funcionários da EssilorLuxottica e o restante 56,8% estão no free float.

Após a fusão, Del Vecchio se manteve presidente do grupo.

A empresa anunciou em nota "com profundo pesar o falecimento do presidente Leonardo Del Vecchio e expressa suas mais profundas condolências à família e a toda a comunidade de funcionários do mundo por esta enorme perda".

A diretoria da Luxottica se reunirá para definir os próximos passos.

Fundador da Luxottica (ESLOF) nasceu pobre mas construiu um império

O fundador da Luxottica foi um exemplo empresário que nasceu pobre mas que conseguiu se tornar bilionário, criando um império mundial do setor de óculos.

Filho de dois vendedores de fruta emigrantes do sul da Itália, Del Vecchio se tornou órfão de pai antes mesmo de nascer.

A mãe não conseguiu sustentar o filho, e decidiu entregar a criança para um orfanato de Milão, o Martinitt, onde cresceu até os 14 anos.

No mesmo ano, foi trabalhar em uma empresa produtora de medalhas e taças, onde aprendeu as primeiras noções de incisão.

Durante o dia trabalhava e à noite frequentava a escola na prestigiosa Academia de Brera, aprendendo desenho e gravura.

Aos 26 anos, mudou-se para Agordo, pequena cidade no norte da Itália, onde a prefeitura oferecia terrenos de graça para quem instalasse uma empresa em seu território, e fundou a Luxottica.

Grande trabalhador, ele mesmo admitiu em algumas ocasiões ter colocado "a fábrica antes de tudo", até mesmo de sua própria família.

Duas estratégias tornaram a Luxottica líder mundial no setor de óculos.

A primeira foi investir no varejo, ou seja, em lojas próprias.

A segunda, as aquisições de marcas. Como por exemplo a Ray-Ban ou a Persol.

O seu objetivo final era levar a EssilorLuxottica para o clube exclusivo de empresas avaliadas em mais de 100 bilhões de euros.

Regra número um: jamais se acomodar

Mesmo com 87 anos, Del Vecchio continuou no comando operacional da empresa que fundou.

Em 2004 tinha decidido deixar o cargo de CEO para executivos profissionais. Entretanto, insatisfeito com os resultados, voltou ao comando dez anos depois, aos 80 anos de idade.

“Se você se distrair ou se acomodar sobre os louros, como já fizeram vários empresários que começaram comigo, alguém vem tirar sua fatia de mercado sem que você sequer perceba. Depois disso, torna-se muito, muito difícil recuperar», gostava de dizer.

Quando voltou ao comando da Luxottica, doou 140 mil ações da empresa para todos seus funcionários italianos, por um valor de 9 milhões de euros.

"Eles são os verdadeiros arquitetos do sucesso de nossa empresa", disse Del Vecchio na ocasião.

Casado quatro vezes - duas dessas com a mesma mulher - e pai de seis filhos, Del Vecchio tinha uma fortuna pessoal de cerca de 30 bilhões de euros, sendo o homem mais rico da Itália e o 62º mais rico do mundo.

Além da Luxottica, Del Vecchio era o principal acionista no banco de investimento italiano Mediobanca, e no gigante dos seguros Assicurazioni Generali.

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