O pagamento dos dividendos atrasados, tão sonhado pelos acionistas da Eletrobrás, ficou um pouco mais distante com a deterioração das contas públicas brasileiras.

Em fevereiro, o superávit primário (receitas menos despesas, descontado o pagamento de juros) do setor público caiu 54%. A desaceleração da economia teve forte impacto na arrecadação de impostos.

Com isso, apesar do bom desempenho de 2008, a Eletrobrás informou em reunião com analistas de mercado que terá dificuldades em saldar agora sua dívida relativa a dividendos retidos nas décadas de 70 e 80 - que hoje gira em torno de R$ 9 bilhões.

A meta da empresa é contribuir para o superávit primário com 1,6 bilhão de reais, o que deve absorver boa parte de sua geração de caixa neste ano.

Só aos acionistas minoritários, a Eletrobrás deve 1,8 bilhão de reais em dividendos atrasados. Em conversas com o Ministério da Fazenda, a Eletrobrás afirmou que tentará diminuir essa meta.

A direção da estatal afirma que depende da aprovação orçamentária do governo para a compra de suas ações num futuro aumento de capital. Por enquanto, a Eletrobrás não definiu uma data para o pagamento da dívida.

As ações da maior empresa estatal de energia brasileira devem ser beneficiadas no momento em que o governo liberar o pagamento.