Produção menor do Airbus A380 pode indicar fim do superjumbo
A Airbus anunciou um corte drástico na produção de seu principal avião, o superjumbo A380, reconhecendo que a demanda ficou abaixo das projeções originais
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2016 às 19h14.
A Airbus anunciou um corte drástico na produção de seu principal avião, o superjumbo A380, reconhecendo que a demanda ficou abaixo das projeções originais e levantando a possibilidade de que o maior avião de passageiros do mundo venha a ser prematuramente descontinuado.
O ritmo de fabricação do avião double-deck será reduzido em mais da metade a partir de 2018, para um avião por mês, revelou a Airbus na terça-feira.
A empresa comunicou o corte surpresa, que contrasta com o sucesso do restante da linha, poucas horas depois de atrair diversas grandes encomendas para seu popular jato A320, de corredor único, no Salão Aeronáutico de Farnborough, no Reino Unido.
O A380, que encara um fim quase inevitável após apenas uma década de operação comercial, nunca cumpriu as aspirações da Airbus e a empresa desistiu há tempos de recuperar os 25 bilhões de euros (US$ 28 bilhões) gastos no desenvolvimento.
A demanda evaporou nos últimos anos com o lançamento de jatos bimotores mais ágeis, deixando a Emirates, de Dubai, como única empresa aérea a adotar a aeronave gigante plenamente.
Após prever que as empresas aéreas comprariam 1.200 aviões gigantes em duas décadas, a Airbus teve que se contentar com uma realidade muito mais modesta.
Entregou apenas 193 aviões A380, deixando 126 encomendas por cumprir, embora parte delas provavelmente nunca se materialize, e diz que a redução planejada no ritmo deixará a produção futura “em linha com a entrada de pedidos atual”.
Posição perigosa
Mesmo com a busca da Airbus por reduzir os custos do programa para permitir que o A380 continue viável em níveis de produção mais baixos, a severidade do corte planejado no ritmo sugere que o programa está à beira de um declínio terminal.
A taxa de equilíbrio de 27 entregas atingida em 2015 deve ser cortada para 20 no ano que vem, mas ainda são oito unidades a mais que o total que a Airbus está contando a partir de 2018, o que coloca o modelo em posição perigosa, independentemente da declaração do chefe da unidade de jatos, Fabrice Brégier, de que “o A380 está aqui para ficar”.
“Ele não vai ser recuperar disso”, disse Richard Aboulafia, consultor de aviação da Teal Group em Fairfax, Virgínia, EUA. “A nova taxa é seriamente antieconômica; portanto, ele morrerá dentro de alguns anos”.
Popular entre os viajantes devido aos seus amplos espaços abertos, mesmo quando preenchido com os 550 assentos regulamentados, o A380 não fez muito sucesso entre as empresas aéreas internacionais. Apesar de a Emirates ter encomendado mais de 140 desses aviões e mantenha cerca de 80 em funcionamento, apenas duas outras operadoras, a Singapore Airlines e a australiana Qantas Airways, compraram 20 aeronaves ou mais.
A Emirates disse em um comunicado enviado por e-mail que as entregas do A380 em 2018 “não serão impactadas” pela desaceleração da produção da Airbus, mas não comentou sobre as repercussões da decisão.
A maior empresa aérea de longa distância do mundo, que construiu seu modelo de negócio em grande parte em torno do A380, vinha pressionando por uma versão atualizada para proteger as operações do superjumbo por uma década ou mais.
A Airbus anunciou um corte drástico na produção de seu principal avião, o superjumbo A380, reconhecendo que a demanda ficou abaixo das projeções originais e levantando a possibilidade de que o maior avião de passageiros do mundo venha a ser prematuramente descontinuado.
O ritmo de fabricação do avião double-deck será reduzido em mais da metade a partir de 2018, para um avião por mês, revelou a Airbus na terça-feira.
A empresa comunicou o corte surpresa, que contrasta com o sucesso do restante da linha, poucas horas depois de atrair diversas grandes encomendas para seu popular jato A320, de corredor único, no Salão Aeronáutico de Farnborough, no Reino Unido.
O A380, que encara um fim quase inevitável após apenas uma década de operação comercial, nunca cumpriu as aspirações da Airbus e a empresa desistiu há tempos de recuperar os 25 bilhões de euros (US$ 28 bilhões) gastos no desenvolvimento.
A demanda evaporou nos últimos anos com o lançamento de jatos bimotores mais ágeis, deixando a Emirates, de Dubai, como única empresa aérea a adotar a aeronave gigante plenamente.
Após prever que as empresas aéreas comprariam 1.200 aviões gigantes em duas décadas, a Airbus teve que se contentar com uma realidade muito mais modesta.
Entregou apenas 193 aviões A380, deixando 126 encomendas por cumprir, embora parte delas provavelmente nunca se materialize, e diz que a redução planejada no ritmo deixará a produção futura “em linha com a entrada de pedidos atual”.
Posição perigosa
Mesmo com a busca da Airbus por reduzir os custos do programa para permitir que o A380 continue viável em níveis de produção mais baixos, a severidade do corte planejado no ritmo sugere que o programa está à beira de um declínio terminal.
A taxa de equilíbrio de 27 entregas atingida em 2015 deve ser cortada para 20 no ano que vem, mas ainda são oito unidades a mais que o total que a Airbus está contando a partir de 2018, o que coloca o modelo em posição perigosa, independentemente da declaração do chefe da unidade de jatos, Fabrice Brégier, de que “o A380 está aqui para ficar”.
“Ele não vai ser recuperar disso”, disse Richard Aboulafia, consultor de aviação da Teal Group em Fairfax, Virgínia, EUA. “A nova taxa é seriamente antieconômica; portanto, ele morrerá dentro de alguns anos”.
Popular entre os viajantes devido aos seus amplos espaços abertos, mesmo quando preenchido com os 550 assentos regulamentados, o A380 não fez muito sucesso entre as empresas aéreas internacionais. Apesar de a Emirates ter encomendado mais de 140 desses aviões e mantenha cerca de 80 em funcionamento, apenas duas outras operadoras, a Singapore Airlines e a australiana Qantas Airways, compraram 20 aeronaves ou mais.
A Emirates disse em um comunicado enviado por e-mail que as entregas do A380 em 2018 “não serão impactadas” pela desaceleração da produção da Airbus, mas não comentou sobre as repercussões da decisão.
A maior empresa aérea de longa distância do mundo, que construiu seu modelo de negócio em grande parte em torno do A380, vinha pressionando por uma versão atualizada para proteger as operações do superjumbo por uma década ou mais.