Plataforma da Petrobras: campo de Mexilhão fica na bacia de Santos (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2011 às 17h07.
São Paulo - Instalada no campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, desde novembro de 2009 sem qualquer produção, a plataforma PMXL-1 da Petrobras recebeu hoje a licença de operação do Ibama e deve iniciar seu trabalho no próximo dia 13 de março. O investimento total no projeto de Mexilhão é de R$ 4,1 bilhões. O campo está localizado no litoral de São Paulo, a cerca de 160 km da costa.
Além da produção do campo de Mexilhão, a licença vai permitir a interligação de uma malha de escoamento de gás da Bacia de Santos com o projeto piloto do campo de Lula (ex-Tupi), o campo de Uruguá Tambaú e posteriormente com o gasoduto Gastau, que liga a unidade de Tratamento de Gás (UTGGA), de Caraguatatuba a Taubaté, em São Paulo, que ainda está em obras.
A data de inauguração da unidade foi revelada informalmente em evento ocorrido esta semana na Bahia, pelo presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. Mas ao contrário das festas de inauguração que ocorriam no governo passado, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esta deverá passar de maneira discreta e sem pompas, principalmente devido ao atraso na entrada em operação da unidade e também à perda de importância do campo ao longo dos últimos anos.
A descoberta do reservatório de Mexilhão havia sido anunciada em 2003 como a maior descoberta brasileira de gás natural, com reservas de 70 bilhões de metros cúbicos, ou 30% por cento das reservas na época. Técnicos chegaram a estimar o reservatório em mais de 400 bilhões de metros cúbicos, o que acabou não se comprovando.
Mesmo assim, Mexilhão vai superar a produção de gás natural de campos como Roncador, Urucu e Manati, que até hoje lideravam com volumes em torno de cinco milhões de metros cúbicos por dia.
No total, a plataforma de Mexilhão foi programada para produzir 15 milhões de metros cúbicos por dia (metade do que o Brasil importa hoje da Bolívia), mas deverá entrar em operação com oito milhões de metros cúbicos por dia, para ceder parte de sua estrutura para o escoamento do gás de Lula.
Por conta de não ter para onde enviar o gás associado ao óleo extraído no campo, a Petrobras ainda não pôde elevar a produção de seu projeto piloto instalado na área em dezembro. A unidade tem capacidade para produzir 100 mil barris por dia e seis milhões de metros cúbicos de gás natural.