São Paulo - Luiz Sandoval, presidente da holding do Grupo Silvio Santos, disse que a fraude causada no banco Panamericano não foi de má-fé e que não houve desvio de dinheiro por parte dos executivos que estavam na diretoria da instituição financeira. 

A entrevista foi publicada nesta quinta-feira, no jornal Folha de S. Paulo. “Não houve desvio de recursos. O banco não tem problema de liquidez”, explica Luiz Sandoval à jornalista Mônica Bergamo, que assina o texto. 

Segundo ele, houve uma falha de “interpretação” da área financeira e que o aporte foi necessário por conta da mudança de operação para as regras do índice de Basiléia. 

“Havia uma cessão de contrato que teria de passar para o cessionário, Itaú, Bradesco. Mas ficou no Panamericano”, acrescenta o presidente da holding. 

Sobre o afastamento dos executivos da diretoria, Luiz Sandoval contou que a ação foi tomada devido a um acordo com a Caixa Econômica Federal. “Nós íamos fazer uma reestruturação completa, independente desse problema”, diz. 

De acordo com o Banco Central, a fraude de 2,5 bilhões de reais sofrida foi encontrada há pouco mais de cinco semanas. Operações de crédito vendidas aos grandes bancos de varejo não estavam sendo declaradas pela financeira do Grupo Silvio Santos. 

O empresário Silvio Santos colocou todo seu complexo empresarial -  incluindo a rede de televisão SBT -, avaliado em 2,7 bilhões de reais, como garantia para pagar os 2,5 bilhões de reais, tomados como empréstimo ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para sanar o problema.