Negócios

Por que a Volvo abandonou meta de vender só carros elétricos até 2030?

Modelos até 30% mais caros que os convencionais estão desanimando os consumidores

Volvo já tem linhas de produção na China, Suécia e Bélgica (Beata Zawrzel/Getty Images)

Volvo já tem linhas de produção na China, Suécia e Bélgica (Beata Zawrzel/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 08h53.

Última atualização em 5 de setembro de 2024 às 10h47.

A Volvo abandonou sua meta ambiciosa de vender apenas carros elétricos até 2030 em meio a uma desaceleração global no crescimento de veículos movidos a bateria.

O grupo sueco de propriedade da Geely foi o primeiro entre as montadoras tradicionais a prometer uma mudança completa em seus modelos e continua sendo o mais otimista sobre a transição, mesmo que rivais como Ford e General Motors também tenham recuado em suas metas de veículos elétricos (VEs).

Nesta quarta, Jim Rowan, presidente-executivo da Volvo, culpou as mudanças nas condições de mercado e as preocupações do consumidor com a falta de infraestrutura de carregamento por sua meta revisada.

"Estaremos prontos para nos tornarmos totalmente elétricos nesta década, mas se o mercado, a infraestrutura e a aceitação do cliente não estiverem lá, podemos permitir que isso leve mais alguns anos", disse Rowan ao apresentar os novos veículos utilitários esportivos elétricos e híbridos plug-in da Volvo.

Por que o mercado não cresce?

O crescimento das vendas de VEs desacelerou globalmente principalmente devido à falta de ofertas acessíveis, com carros movidos a bateria custando até 30% a mais do que veículos convencionais. Quem mais sentiu essa queda nas vendas foi a Europa - Alemanha e outros países encerraram abruptamente os subsídios para compra de VEs.

No Velho Mundo, espera-se uma penetração de VEs na ordem de 14,8% em 2024 - no ano passado esse número foi de 14,5%, segundo o Financial Times.

De acordo com sua meta revisada, a Volvo agora pretende transformar 90 a 100% de suas vendas globais em carros elétricos e híbridos plug-in até 2030. Ela também continuará a investir em tecnologia híbrida em meio à crescente demanda do consumidor.

Apesar da mudança em sua meta, a Volvo disse que a demanda por VEs premium continuou a crescer e sua margem bruta em carros movidos a bateria atingiu um recorde de 20% no segundo trimestre deste ano.

Ainda assim, analistas alertaram que tarifas mais altas nos EUA e na Europa sobre importações de VEs chineses provavelmente manterão os preços altos, já que as empresas serão forçadas a produzir veículos em locais mais caros que a China.

A Volvo já tem linhas de produção na China, Suécia e Bélgica, e está construindo uma nova fábrica na Eslováquia, que começará a fabricar veículos em 2026.

Acompanhe tudo sobre:Carros elétricosVolvo

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz vaquinha para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024