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Por que a Usiminas foi a grande vilã do prejuízo da CSN

A CSN passou meses tentando assumir o controle da siderúrgica mineira que, agora, lhe causou perdas de R$ 1 bilhão

Benjamin Steinbruch, presidente-executivo da CSN (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Benjamin Steinbruch, presidente-executivo da CSN (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 15 de agosto de 2012 às 12h39.

São Paulo – Durante meses, Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, desejou como ninguém o controle da Usiminas. Aos poucos, o empresário foi adquirindo pelas beiradas pequenos blocos de ações da concorrente, até ter suas intenções barradas pelo bloco de controle da rival. Agora, o plano colocado em prática no passado cobrou seu preço: a CSN reportou prejuízo de 1 bilhão de reais no segundo trimestre e a maior vilã dessa história foi, justamente, a Usiminas.

A siderúrgica precisou fazer um ajuste contábil em seu balanço financeiro de mais de 1,5 bilhão de reais referente à desvalorização do preço das ações da Usiminas no mercado. Segundo a companhia, existem evidências de que os papéis da Usiminas não se recuperarão no curto ou médio prazo. Por isso, a CSN decidiu contabilizar como perdas a queda do preço das ações da concorrente. O argumento é que, se precisasse vendê-las, hoje, obteria menos dinheiro do que estimava em seu balanço patrimonial.

“Sem o impacto dessa reclassificação, teríamos registrado lucro de mais de meio milhão de reais no segundo trimestre. Vale lembrar que esse efeito não tem impacto no caixa e não afeta os pagamentos de dividendos da companhia, por ser um evento não recorrente”, afirmou David Salama, diretor de relações com investidores da CSN, em áudio-conferência com analistas e investidores, nesta quarta-feira.

Comparadas com o preço pelo qual comprou as ações, a CSN concluiu que as ações ordinárias da Usiminas (USIM3) perderam 66,3% desde então, e as preferenciais (USIM5) estão 59% mais baratas. “De qualquer maneira, vamos manter a nossa posição inicial adotada durante a compra desses ativos. Avaliamos todas as alternativas em relação a esse investimento”, afirmou Salama.  A CSN detém 20,14% das ações preferenciais e 11,66% das ações ordinárias da siderúrgica mineira.

Outros números

A receita líquida da companhia no segundo trimestre caiu 4% na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 4,1 bilhões de reais. A queda de 10% no volume de vendas do minério de ferro foi um dos responsáveis pela diminuição do faturamento da CSN entre os meses de abril a junho.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou 1,7 bilhão de reais no período, 37% menor na comparação ao mesmo trimestre de 2011. Para o segundo trimestre, a companhia espera encontrar um cenário mais positivo aquecido principalmente pelas montadoras e construção civil.

“Nossa perspectiva é mais animadora para os próximos meses. Acreditamos que a importação de aço está equalizada, o que nos dá mais espaço para avançarmos no mercado interno”, afirmou o executivo.

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