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Plano de subsídio aéreo põe em risco US$ 1,87 bi, diz Azul

O plano de aviação regional proposto é “um subsídio ruim”, disse o presidente da empresa


	Avião da Azul: o plano inicial propunha subsidiar a metade dos assentos em um voo determinado, até um limite de 60
 (Divulgação)

Avião da Azul: o plano inicial propunha subsidiar a metade dos assentos em um voo determinado, até um limite de 60 (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2014 às 14h00.

São Paulo e Brasília - A Azul, a única companhia aérea brasileira que utiliza aviões da Embraer SA, está ameaçando cancelar um pedido de US$ 1,87 bilhão caso os legisladores aprovem o mais recente plano para subsidiar voos para cidades pequenas.

O plano de aviação regional proposto é “um subsídio ruim”, disse o presidente da Azul, Antonoaldo Neves, afiando as críticas da companhia ao programa que ela antes apoiava.

A medida revisada, que será votada neste mês, já não é um impulso tão significativo para a Azul ou para a Embraer, cujos modelos têm menos lugares do que os aviões da Boeing Co. e da Airbus Group NV.

“Para atender cidades de rotas regionais é necessário ter aviões pequenos”, disse Neves em entrevista por telefone. “Esse subsídio provoca uma distorção: utilizar aviões não regionais em mercados regionais”.

A briga sobre o programa regional gira em torno de como os subsídios deveriam ser distribuídos dentro da proposta de R$ 500 milhões (US$ 195 milhões).

O plano inicial propunha subsidiar a metade dos assentos em um voo determinado, até um limite de 60, o que ajudava companhias como a Azul, que possuem modelos compactos da Embraer. Agora, o limite de 60 lugares foi retirado, o que significa que as empresas com modelos maiores também poderiam receber o subsídio.

“Se isso acontecer, a Azul vai liberar seu animal spirit e comprará aviões 737-800 ou A320”, disse Neves no dia 7 de novembro, referindo-se aos novos modelos da Boeing e da Airbus. “Aí poderemos competir de igual para igual”.

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras SA, empresa de capital fechado comandada pelo fundador da JetBlue Airways Corp., David Neeleman, aprofundou os vínculos com a Embraer, com sede em São José dos Campos, São Paulo, através de um acordo assinado em julho para a compra de 30 unidades do modelo atualizado E2, da categoria de 100 assentos.

As companhias aéreas geralmente recebem descontos em relação aos preços de tabela.

Estímulo para a Embraer?

A Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA, a unidade TAM da Latam Airlines Group SA e a Avianca Brasil também disseram que estavam analisando a compra de modelos da Embraer antes do programa regional.

Atualmente, elas utilizam aviões da Boeing e da Airbus, ao passo que a frota da Azul, com sede em Barueri, São Paulo, está composta apenas por modelos da Embraer.

O senador Fernando de Souza Flexa Ribeiro, que apoiou as modificações na lei de aviação regional, disse na semana passada que elevar o limite de lugares subsidiados abriria o programa a mais forças do mercado. Segundo ele, a lei não deveria definir o tipo de avião que será subsidiado.

Para a Embraer, um programa de subsídios que cubra o uso de aviões maiores em mercados secundários vai acabar custando mais dinheiro.

“O custo de se utilizar um avião de maior porte nestas rotas será bem mais elevado, pois as aeronaves voarão com uma grande quantidade de assentos vazios, aumentando a necessidade de apoio para que sua operação seja economicamente viável”, disse a fabricante de aviões em declaração enviada por e-mail.

A Azul vai devolver 10 aviões regionais ou aeronaves turboélice ATR, caso a versão atual da lei seja aprovada, disse Neves, e poderia abandonar 20 destinos pequenos e somar modelos da Airbus ou da Boeing.

A Azul está prestes a fechar um negócio para adicionar US$ 3,6 bilhões em aviões Airbus de fuselagem estreita, com capacidade para até 189 pessoas, disseram três fontes do setor no mês passado.

Caso os legisladores retomem os termos iniciais para os subsídios, a Azul começaria a atender 20 novas cidades no primeiro ano e somaria seis novos aviões regionais. Nos anos seguintes, a empresa agregaria de 10 a 15 novas cidades e 15 novos aviões cada ano, disse Neves.

“O plano foi concebido para uma quantidade limitada de assentos, o que é fundamental para garantir a lógica do programa”, disse Neves.

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