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Petróleo em queda afeta caixa da Petrobras

Variação no preço do petróleo pode indicar que Petrobras precisa de novos financiamentos para cumprir seu programa de investimentos em 2010

Plataforma da Petrobras: analistam indicam a necessidade da conclusão da capitalização da empresa (.)

Plataforma da Petrobras: analistam indicam a necessidade da conclusão da capitalização da empresa (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

São Paulo - O comportamento do preço do petróleo nas últimas semanas reforça a necessidade de conclusão da capitalização da Petrobras ainda este ano, na opinião de analistas ouvidos pelo Grupo Estado. A avaliação é de que a empresa pode precisar de novos financiamentos para cumprir seu programa de investimentos em 2010, estimado em R$ 85 bilhões, caso os preços continuem patinando perto dos US$ 70 por barril.

Ontem, no sexto pregão seguido de queda, o petróleo Brent, negociado em Londres, fechou a US$ 71,47 o barril. O valor está bem abaixo da média de US$ 76 projetada pela estatal para garantir o fluxo de caixa necessário a seus investimentos em 2010. "Caso a projeção não seja atingida, a Petrobras precisará de mais dinheiro emprestado para manter os investimentos", diz o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Isso porque a companhia planeja seu orçamento de acordo com um fluxo de caixa projetado segundo as variações do preço do petróleo. Pelas contas da empresa, cada dólar de variação na cotação média anual representa US$ 500 milhões em seu caixa. Ou seja, com petróleo a US$ 74, em média, precisará buscar no mercado US$ 1 bilhão para completar o caixa. Com o petróleo a US$ 78, reduz em US$ 1 bilhão a necessidade de captações.

"A Petrobras precisa investir, pagar impostos, dividendos. Se o preço continuar assim, vai precisar da capitalização, porque não pode mais tomar empréstimo", acrescenta um analista de banco de investimento, que pediu para não ser identificado. Com uma dívida superior aos US$ 100 bilhões, a Petrobras está hoje no limite de alavancagem (relação entre dívida e patrimônio) para manter sua condição de investment grade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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