Petrobras vai batizar plataformas com nomes de militares
Estatal encerrou uma longa tradição para batismo de plataformas com nomes de cidades do litoral brasileiro
Reuters
Publicado em 31 de julho de 2020 às 18h50.
Última atualização em 31 de julho de 2020 às 19h08.
A Petrobras encerrou uma longa tradição para batismo de plataformas com nomes de cidades do litoral brasileiro e informou que passará a homenagear personalidades nacionais para suas unidades afretadas.
Entre os escolhidos para a homenagem estão dois militares, Almirante Barroso e Almirante Tamandaré, e duas mulheres envolvidas em movimentos militares de época: Anita Garibaldi, que participou da Revolução Farroupilha, e a enfermeira Ana Néri que se voluntariou para a Guerra do Paraguai.
A ideia é passar a homenagear "heróis nacionais, que estão no panteão brasileiro", informou o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, em coletiva de imprensa para detalhar o prejuízo de 2,7 bilhões de reais da companhia no segundo trimestre do ano, período afetado pela pandemia.
Seguindo a tendência do governo de Jair Bolsonaro de ampliar a presença de militares no Executivo, a estatal tem hoje dois militares em seu conselho de administração. O órgão responde formalmente ao Ministério de Minas e Energia, comandado pelo almirante Bento Albuquerque.
Tamandaré batizará a maior plataforma flutuante (FPSO) do país. A unidade, ainda a ser construída, produzirá no campo de Búzios, principal descoberta de petróleo no mundo neste século.
O FPSO Almirante Tamandaré poderá produzir, sozinho, 225.000 barris por dia, ou metade da atual produção da Venezuela.
Os FPSOs Ana Néri e Anita Garibaldi ficarão no campo de Marlim, no litoral do Rio.
Até agora, plataformas afretadas (uma espécie de aluguel) ganhavam nomes de cidades litorâneas localizadas próximas a campos de produção.
Plataformas próprias da Petrobras são numeradas, precedidas pela letra “P”.
A Petrobras, endividada, optou na última década por afretar plataformas de fornecedores, diluindo o custo bilionário de cada construção ao longo de 15, 20 anos de contratos com taxas diárias.
Neste mês, a empresa anunciou a intenção de retomar plataformas próprias — em que a empresa paga pela sua construção — com a P-78 e a P-79.