A Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, vê possibilidade de vender outros 50 Super Tucanos na América Latina (Divulgação/Embraer)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 16h35.
São Paulo - O Peru está considerando comprar dez aeronaves leves de ataque Super Tucano da Embraer enquanto trabalha em conjunto com o Brasil para fortalecer a vigilância sobre a fronteira de selva, disse o ministro da Defesa Celso Amorim nesta terça-feira.
Amorim disse que o exército peruano também está interessado na aeronave de carga KC-390, também da Embraer, e no veículo encouraçado de terra Guarani, um projeto do exército brasileiro cuja produção deve começar este ano.
"(A venda de Super Tucanos) tem sido objeto de conversas já há algum tempo... Nesse contexto em que estamos trabalhando com a possibilidade de 10 aviões", disse Amorim a repórteres em Brasília.
Ele disse que a negociação também incluiria o compartilhamento de tecnologia e cooperação industrial.
Amorim se reuniu com o ministro da Defesa do Peru, Alberto Otarola, na capital brasileira para discutir maior cooperação na patrulha da fronteira entre ambos os países na Floresta Amazônica.
Otarola não especificou o número de aeronaves Super Tucano, mas reconheceu a existência de negociações com a Embraer. Ele visitará os escritórios da Embraer em São José dos Campos (SP) na quarta-feira.
"Esperemos que essas negociações sejam bem-sucedidas", disse.
O acordo poderia ser valorado em cerca de 150 milhões de dólares, de acordo com uma fonte do governo.
A Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, vê possibilidade de vender outros 50 Super Tucanos na América Latina após ter vendidos mais de 60 até agora na região. A empresa também busca mais vendas a nações-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) após ter assegurado uma encomenda da Força Aérea dos Estados Unidos.
As unidades de defesa da Embraer prometem crescimento constante, aliadas às Forças Armadas do Brasil conforme o país fortalece a proteção de suas vastas fronteiras e distantes reservas costeiras de petróleo. Isso deve reduzir a dependência da empresa em receitas altamente cíclicas vindas da aviação civil.
Nos últimos anos, a Colômbia, Equador e Peru compraram aeronaves de defesa da Embraer para fortalecer sua defesa aérea conforme aumentavam a vigilância de suas fronteiras, lutavam contra rebeldes armados e confrontavam o tráfico de drogas.