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Pequenos e médios negócios crescem 2,9% em julho

No acumulado do ano até julho, o IODE-PMEs mostra crescimento de 2,8% na comparação com igual período do ano anterior

e-commerce vendas online empreendedores (TravelCouples/Getty Images)
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 31 de agosto de 2023 às 12h18.

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs ( IODE-PMEs ) mostra que a movimentação financeira média das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras cresceu 2,9%  em julho na comparação com o mesmo período de 2022. Com isso, o índice inicia o segundo semestre de 2023 em crescimento, mas ainda apresentando diferenças significativas entre o desempenho dos grandes setores do mercado.

No acumulado do ano até julho, o IODE-PMEs mostra crescimento de 2,8% na comparação com igual período do ano anterior.

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O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, divididas em 660 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Segundo Felipe Beraldi, economista da Omie, o crescimento da movimentação financeira real média das PMEs no início do segundo semestre reflete a melhora do ambiente econômico doméstico, com queda das pressões inflacionárias, inversão da taxa básica de juros (BCB realizou um corte de 0,5 p.p. na meta da taxa Selic em agosto/23) e avanço da confiança dos consumidores.

“O índice de confiança do consumidor da FGV (ICC-FGV) registrou nova alta em julho (aumento de 2,5 pontos – atingindo o maior patamar desde janeiro de 2019), com renovação da melhora das expectativas dos agentes com a situação econômica geral do país. Apesar do contexto macroeconômico, relativamente, mais positivo, o alto nível de endividamento das famílias ainda segue como um limitante para o avanço do consumo, algo que tem se refletido com bastante intensidade nas PMEs que dependem da comercialização de bens”, diz o economista.

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Quais segmentos mais cresceram?

Diante deste cenário, o IODE-PMEs revela diferenças significativas nos setores nos últimos meses. No geral, o crescimento dos pequenos e médios negócios, no último mês, voltou a ser condicionado pelo avanço dos setores de Indústria (+5,7%) e Serviços (+1,0%) – panorama também verificado no decorrer do segundo trimestre do ano.

Com o resultado, as PMEs industriais mostram o quinto crescimento consecutivo na comparação anual, com destaque para o bom desempenho observado em alguns segmentos da indústria de transformação, tais como:

Já no setor de Serviços, as PMEs voltaram a mostrar crescimento no último mês, após resultado pontualmente negativo em junho (-3,6%), puxado pelo avanço dos segmentos:

Quais segmentos encolheram?

Por outro lado, o IODE-PMEs mostra queda da movimentação financeira real das PMEs do Comércio (-8,2% na comparação com julho de 2022) – quarto mês consecutivo de retração e pior resultado do setor no ano nesta base de comparação.

No setor, o recuo foi disseminado entre os três grandes segmentos:

Particularmente no varejo, apesar do fraco resultado agregado, alguns subsetores seguem em crescimento nos últimos meses, tais como o ‘varejo de produtos alimentícios em geral’ e o ‘varejo de bebidas’.

O índice também mostrou recuo do setor de Infraestrutura no último mês (-6,2% na comparação com julho de 2022), após queda também verificada em junho (-6,1%), resultado que segue refletindo, especialmente, a retração das atividades de ‘Obras de infraestrutura’ e de ‘Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação’.

Expectativa para o 2º semestre de 2023

A previsão é que o mercado de PMEs siga em crescimento no decorrer do segundo semestre do ano, diante do ambiente macroeconômico mais positivo, com destaque para a resiliência vista no mercado de trabalho, redução das pressões inflacionárias e inversão da trajetória da Selic – que vinha em processo de aumento desde 2021.

"Destaca-se a importância do programa do governo federal Desenrola Brasil para estimular a renegociação e quitação de dívidas, diante do contexto de elevado endividamento familiar no país. Assim, para 2023 como um todo, a expectativa é de que o setor mostre crescimento de 3,2% ante 2022”, diz Beraldi.

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