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Parcelamento do cartão de crédito amplia risco aos bancos

A taxa de inadimplência em cartões subiu para 28% em agosto, quase quatro vezes mais que os 7,9% do crédito ao consumidor,

Cartões de crédito Visa e Mastercard (Stock.Xchng)

Cartões de crédito Visa e Mastercard (Stock.Xchng)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2012 às 10h07.

São Paulo - Usuários de cartão de crédito estão parcelando as compras como nunca, ampliando o risco dos bancos ao financiarem a compra de itens que vão de tênis a DVDs com o avanço da inadimplência.

Usuários tinham R$ 230 bilhões em gastos parcelados no cartão de crédito até outubro deste ano, ultrapassando pela primeira vez o total gasto em compras à vista, que foi de R$ 220 bilhões, de acordo com dados da Abecs - Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços.

O parcelamento dos gastos se tornou mais popular depois que o salto de 67 por cento em empréstimos desde 2009 permitiu que os brasileiros assumissem mais dívidas, levando a taxa de inadimplência para o nível mais alto em três anos e afetando a demanda no País. Enquanto os planos de parcelamento ajudam a reanimar a economia que cresceu menos entre as nações emergentes, eles correm o risco de sobrecarregar os bancos com perdas, como já sobrecarregaram os consumidores que assumiram mais dívidas.

“A pessoa que entra na loja e pergunta por um parcelamento em 10 vezes provavelmente já tem um financiamento de veículo e uma linha de crédito rotativa no banco”, disse Henrique Navarro, analista do Santander Investment Securities, em entrevista por telefone de Nova York. “Não há como imaginar que não exista risco. No final das contas, o banco vai arcar com risco maior.”

A taxa de inadimplência em cartões de crédito subiu para 28 por cento em agosto, quase quatro vezes mais que os 7,9 por cento do crédito ao consumidor, na mais alta taxa em três anos. Os brasileiros pagam em média 323 por cento de juros anuais no cartão, maior percentual nas Américas, de acordo com estudo da Proteste publicado em julho.

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