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Para manter ritmo no Brasil, PayPal avança "offline"

A ideia é reproduzir o modelo adotado no aplicativo de chamada de táxis 99Taxis, no qual o usuário precisa informar apenas uma vez o login e senha


	PayPal: a ideia é reproduzir o modelo adotado no aplicativo de chamada de táxis 99Taxis, no qual o usuário precisa informar apenas uma vez o login e senha
 (Kiyoshi Ota/Bloomberg/Bloomberg)

PayPal: a ideia é reproduzir o modelo adotado no aplicativo de chamada de táxis 99Taxis, no qual o usuário precisa informar apenas uma vez o login e senha (Kiyoshi Ota/Bloomberg/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2016 às 15h30.

São Paulo - A norte-americana PayPal está acelerando a atuação para além das operações online no Brasil e para manter o ritmo de crescimento de dois dígitos, apesar da forte contração econômica que tem ofuscado o setor de meios eletrônicos de pagamentos no país.

A processadora de pagamentos online vai anunciar nesta semana pelo menos duas iniciativas nesse sentido.

Uma delas permite que clientes do serviço abasteçam seus carros sem ter que passar um cartão de débito ou de crédito num POS, a chamada "maquininha" de pagamento.

Sem revelar o nome da empresa com a qual fechou a parceria, a diretora da vendas do PayPal para o Brasil, Paula Paschoal, disse que a iniciativa envolverá cerca de 5,4 mil postos de combustíveis no país.

A outra inicia no Brasil o One Touch, serviço que permite aos usuários da PayPal pagar uma compra sem terem de fornecer novamente suas informações de compra em aplicativos ou sites que têm parceria com a empresa.

"Estamos tentando otimizar a vida do cliente fora do ambiente online", disse Paula à Reuters.

A ideia é reproduzir o modelo adotado no aplicativo de chamada de táxis 99Taxis, no qual o usuário precisa informar apenas uma vez o login e senha.

Depois, cada corrida é paga digitando somente os três primeiros dígitos do CPF.

O PayPal expandiu em agosto o serviço One Touch para 13 mercados na Europa e na Austrália, simplificando as compras online para consumidores e vendedores, após já tê-lo lançado nos Estados Unidos, no Canadá e no Reino Unido.

Segundo a executiva, as iniciativas visam a elevar o que o mercado de meios de pagamento chama de taxa de conversão, que mede por exemplo o percentual de visitantes de uma loja online que efetivamente executa uma compra, que no Brasil é de cerca de 2 por cento, abaixo dos níveis internacionais.

Empresas de meios de pagamento no país vêm buscando formas para lidar com a desaceleração no consumo, na esteira da recessão no país.

Segundo a Abecs, entidade que representa o setor, as compras pagas com cartões de débito e de crédito no Brasil movimentaram 1,05 trilhão de reais em 2015, avanço de 9 por cento sobre o ano anterior, abaixo da inflação e o menor crescimento em vários anos.

Este cenário também tem provocado aumento da competição das empresas do setor por uma fatia maior do bolo da remuneração dos agentes que participam das diferentes etapas de uma compra eletrônica, incluindo bancos, bandeiras e adquirentes.

Embora não seja uma competidora direta das adquirentes, como Cielo e Rede, do Itaú Unibanco, a PayPal coordena a remuneração dos agentes quando o pagamento de uma compra é feita por meio dela.

A companhia pode, por exemplo, acertar o pagamento da compra diretamente com o lojista, o que pode envolver interesses de demais agentes que também têm ganhos financeiros nas negociações de prazos para repasse de pagamentos a lojistas.

Segundo Paula, a PayPal conseguiu no ano passado manter um crescimento de receita de dois dígitos, ritmo que deve ser mantido em 2016. No Brasil, cerca de 90 mil empresas e profissionais liberais aceitam pagamento via PayPal. A executiva disse que 2,7 milhões de usuários no país são clientes ativos da companhia, cujas operações na América Latina são lideradas a partir do escritório em São Paulo.

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