Negócios

Para Braskem, Comperj depende de incentivos fiscais

Segundo o presidente, unidade petroquímica depende de incentivos fiscais, estaduais e federais para sair do chão


	Visão aérea das obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras
 (Frederico Bailoni/Petrobras)

Visão aérea das obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras (Frederico Bailoni/Petrobras)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 19h42.

Rio - A unidade petroquímica do Comperj depende de incentivos fiscais, estaduais e federais para sair do chão, segundo o presidente da Braskem, Carlos Fadigas. Além da discussão tributária com o governo, a companhia também negocia com a Petrobras o fornecimento do insumo básico - o gás, e seu preço.

"Não tem sentido fazer um projeto destes sem incentivos desta natureza (fiscais)", disse nesta quarta-feira, 14, a jornalistas em seminário de petroquímica promovido pela Secretaria de Desenvolvimento do Rio.

Apesar do nome, Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj hoje conta apenas com as obras do projeto de refinaria, a cargo da Petrobras. A unidade petroquímica em estudo pela Braskem passa por reavaliação. Entre os motivos para o atraso do projeto está o gás de folhelho (shale gas) americano, que tirou competitividade da indústria petroquímica nacional por ser cerca de três a quatro vezes mais barato que o brasileiro.

O executivo disse que trabalha para que o projeto tenha andamento,

embora não haja prazo para ser tomada uma decisão. Com a Petrobras, a Braskem discute a oferta de gás que servirá de insumo à planta. Ou seja, a que preço, em que quantidade, a partir de quando e que frações (butano, etano etc).

O executivo negou que a empresa pretenda importar, para o Brasil, produtos petroquímicos de suas plantas em maturação no México ou nos Estados Unidos. Segundo Fadigas, os projetos nestes dois países são para atender aos mercados locais. O presidente da Braskem disse ainda que os investimentos da empresa no exterior "não competem com os projetos"no Brasil.

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, disse que as áreas gigantes de Lula, Franco e a recém-leiloada Libra vão mudar o patamar de produção nacional de gás, que no pré-sal vem associado ao petróleo. Como a legislação permite pouca queima e não será possível reinjetar todo o volume nos poços, Magda diz que este gás precisará chegar à costa.

Marco Tavares, presidente da consultoria Gas Energy, lembra que falta infraestrutura de gasoduto, já que o pré-sal fica a cerca de 300 km da costa. O especialista se mostrou descrente sobre estratégia de usar o choque de oferta e competição para baixar o preço do gás. "O setor precisa de previsibilidade", disse. (Colaborou André Magnabosco)

Acompanhe tudo sobre:BraskemEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasImpostosIncentivos fiscaisQuímica e petroquímica

Mais de Negócios

11 franquias mais baratas do que viajar para as Olimpíadas de Paris

Os planos da Voz dos Oceanos, nova aventura da família Schurmann para livrar os mares dos plásticos

Depois do Playcenter, a nova aposta milionária da Cacau Show: calçados infantis

Prof G Pod e as perspectivas provocativas de Scott Galloway

Mais na Exame