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Os trabalhos de Pedro Parente no conselho da BRF

ÀS SETE - O atual presidente da Petrobras aceitou nesta quarta-feira assumir o conselho da empresa alimentícia

Pedro Parente: a definição oficial deve vir no dia 26, quando uma assembleia de acionistas da BRF escolhe os novos conselheiros da companhia (Bruno Kelly/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2018 às 07h17.

Última atualização em 19 de abril de 2018 às 07h22.

O conselho de administração da fabricante de alimentos BRF se reúne nesta quinta-feira e deve confirmar o consenso em nome de Pedro Parente como nova liderança da companhia.

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O atual presidente da Petrobras confirmou em comunicado, na noite de ontem, que aceita presidir o conselho de administração da companhia e, que para isso, deixará o conselho de administração da B3, mas não abandonará o a presidência da Petrobras, onde tem contrato até março do ano que vem.

A definição deve vir no dia 26, quando uma assembleia de acionistas da BRF escolhe os novos conselheiros da companhia. a condição básica de Pedro Parente para aceitar a indicação era um consenso em torno de seu nome.

Sua indicação conseguiu acalmar os investidores: as ações subiram 9,51% na bolsa durante o pregão de ontem. A dúvida, agora, é o que Parente conseguirá de fato fazer para mudar a companhia.

Para começar, ele não deixará a presidência da Petrobras, o que impedirá uma dedicação exclusiva ao novo cargo. Isso faz com que a composição dos demais assentos no conselho ganhe ainda mais importância. Há pelo menos 14 candidatos para as 10 cadeiras.

As missões são mais ou menos conhecidas. Seu desafio é fazer o que os novos gestores da companhia tentam há cinco anos: ganhar relevância internacional, fortalecer as marcas e incutir uma cultura única. A primeira e mais importante missão do novo conselho é indicar os executivos que devem gerir a BRF.

As disputas dos últimos anos deixaram a companhia sem dezenas de nomes no primeiro escalão: foram 39 mudanças em 16 cargos de vice-presidência e presidência desde 2013.

Muitos dos funcionários experientes saíram para a concorrente JBS. Eis outro desafio da futura gestão: recuperar terreno num momento novo, em que a JBS, dona da marca Seara, está muito mais forte do que no passado. A BRF já teve 200.000 pontos de venda no país, mas hoje o número não passa de 190.000.

Para piorar, ainda não estão claros os efeitos da Operação Carna Fraca sobre os negócios da BRF. Há riscos de novos desdobramentos, inclusive com novas restrições de compras por parte de importadores internacionais.

Pedro Parente pode ser o homem certo na hora certa. Mas não estará 100% dedicado ao negócio. E há coisas que estão fora de seu controle. Para todo o mais, a BRF tende deixar o passado de divisões e descontrole para trás.

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