Negócios

Os detalhes do plano que promete salvar o McDonald’s

A missão do presidente Steve Easterbrooks é renovar a rede de 60 anos, que tem perdido consumidores e receitas


	McDonald’s: a missão do presidente é renovar a rede de 60 anos, que tem perdido consumidores e receitas
 (Michel Teo Sin/EXAME/Exame)

McDonald’s: a missão do presidente é renovar a rede de 60 anos, que tem perdido consumidores e receitas (Michel Teo Sin/EXAME/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 4 de maio de 2015 às 18h16.

São Paulo - O McDonald’s tem um novo plano para tentar recuperar as vendas e a confiança do consumidor. Baseadas no crescimento de franquias, as medidas foram anunciadas pelo presidente Steve Easterbrook, logo após a divulgação de resultados.

A missão de Easterbrooks é renovar a rede de 60 anos, que tem perdido consumidores e receitas. “Hoje, anunciamos os passos iniciais para redefinir e transformar o nosso negócio”, disse ele.

O caminho não será fácil. Consumidores mais jovens estão deixando a rede por opções mais saudáveis e ambientes mais agradáveis. 

Além disso, um escândalo envolvendo o fornecimento de carne da China abalou as vendas no continente asiático, o que causou uma perda de 15% nas receitas no ano passado.

“Temos nossas prioridades divididas em três – impulsionar o crescimento operacional, devolver emoção para nossa marca e desbloquear valor financeiro”, afirmou o presidente.

Franquias

Para o CEO, o “espírito empreendedor dos franqueados é o nosso combustível”. A empresa pretende aumentar a fatia de franquias de 81% para 90%. Para isso, irá franquear mais de 3.500 restaurantes próprios até 2018.

De acordo com a companhia, essa mudança pode economizar cerca de 300 milhões de dólares anualmente até 2017. Assim, ela pretende retornar entre 8 e 9 bilhões de dólares aos acionistas em 2015.

Estrutura

As mais de 36.000 lojas pelo mundo foram reorganizadas em 4 novos mercados, cada uma com um foco diferente de crescimento.

Estados Unidos, o maior segmento da companhia e responsável por mais de 40% do faturamento; mercados internacionais líderes e bem estabelecidos, que também são responsáveis por 40% das receitas; mercados de crescimento acelerado; e os mercados básicos, 100 países restantes em que a rede opera.

O foco de crescimento está nas mãos dos mercados de alto crescimento, que englobam a China, Itália, Polônia, Espanha, Rússia, Coreia do Sul, Suíça e Holanda.

Eles são responsáveis por 10% das receitas, mas têm potencial maior de crescimento. Metade das aberturas de restaurantes em 2015 será nesses 8 países.

Burocracia

A nova estrutura organizacional irá eliminar burocracias e camadas de hierarquia. No vídeo, o presidente confessa que “nossa performance tem sido ruim. Os números não mentem”.

“Nossa estrutura existente é ineficiente e carece de uma prestação de contas mais clara”, disse o presidente. “Precisamos executar menos coisas, de maneira melhor”.

Para ele, as tomadas de decisão são muito lentas. Por isso, a missão dele é simplificar a hierarquia, para agilizar as mudanças.

Delivery

A cidade de Nova York contará com delivery dos hambúrgueres da rede, por intermédio de uma parceria com a Postmates. A partir de hoje, 88 lojas testarão o sistema, que inclui todo o menu com exceção dos sorvetes.

A rede também continuará testando o café da manhã durante todo o dia.

Centros digitais

A empresa fincou um pé no Vale do Silício, mas não para produzi hambúrgueres. Além de analisar dados e tendências, o novo centro digital também será responsável por criar novos produtos e serviços, como entretenimento, pagamentos digitais e ebooks entregues com o McLanche Feliz. O centro, que começou com apenas dois funcionários, deve ter 250 até o fim do ano.

Além disso, o presidente afirmou que deve abrir centros digitais pelo mundo, para analisar dados e entender o que os Millenials querem.

Comida

Outra prioridade é melhorar a qualidade dos alimentos. Desde que assumiu em março, Easterbrook já fez diversas mudanças no cardápio. 

A rede eliminou sete hambúrgueres do menu, para acelerar o serviço. O menu, grande demais, era uma reclamação antiga dos franqueados. 

Como o número de opções cresceu 42% nos últimos sete anos, o atendimento ficou bem mais demorado. Hoje, demora 3 minutos e 9 segundos para um consumidor receber seu pedido, recorde de espera em 15 anos.

Além disso, a empresa gradualmente deixará de usar frangos que receberam antibiótico humano. A transição completa demorará dois anos.

Funcionários

Seguindo uma tendência de valorização dos empregados, que começou com o Walmart, o McDonald’s planeja aumentar os salários em mais de 10% para os trabalhadores dos Estados Unidos.

Serão afetados 1.500 restaurantes próprios e quase 9.000 trabalhadores. No entanto, o aumento não será expandido para as suas franquias. A partir de julho, a rede de fast food irá aumentar o salário mínimo por hora em US$ 1. 

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoComércioEmpresasEmpresas americanasEstratégiaFast foodFranquiasgestao-de-negociosMcDonald'sReestruturaçãoRestaurantes

Mais de Negócios

Empreendedorismo feminino cresce com a digitalização no Brasil

Quanto aumentou a fortuna dos 10 homens mais ricos do mundo desde 2000?

Esta marca brasileira faturou R$ 40 milhões com produtos para fumantes

Esse bilionário limpava carpetes e ganhava 3 dólares por dia – hoje sua empresa vale US$ 2,7bi