Negócios

Os desafios de atender bem no Brasil, China e Alemanha

Em todos os países uma coisa é certa: falta uma maior atenção nas áreas que tem contato direto com o cliente


	Para não perder a venda: problema está na falta de atenção nas áreas que têm contato direto com o cliente
 (Fuse/Thinkstock)

Para não perder a venda: problema está na falta de atenção nas áreas que têm contato direto com o cliente (Fuse/Thinkstock)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 3 de abril de 2016 às 08h00.

São Paulo – Em um momento de crise econômica, ganha a empresa que conseguir conquistar o seu cliente. No entanto, embora o desafio seja global, cada mercado enfrenta suas próprias dificuldades.

Em todos os países uma coisa é certa: falta uma maior atenção nas áreas que tem contato direto com o consumidor, de acordo com Michael Bare, presidente e fundador da Bare International, companhia de cliente oculto.

Afinal, são esses funcionários que lidam diretamente com o público. 

Enquanto no Brasil o maior obstáculo é a falta de autonomia dos funcionários, na China os atendentes são pouco preparados.

Segundo Bare, por aqui os atendentes costumam ser amigáveis e calorosos, tentam puxar assunto e estão disponíveis para ajudar. Porém, são pouco eficientes para resolver desafios. 

"Não há um senso de urgência para resolver problemas. Em alguns casos, os supervisores vão saber de ocorrências dias depois", diz Bare.

Outro desafio no país é a falta de autonomia de um funcionário - ele não consegue resolver uma questão e precisa recorrer ao gerente.

O país é o extremo oposto da Alemanha, onde os atendentes são eficientes nas solucões, mas não conseguem estar próximos dos clientes.

Já na China, o problema é a falta de conhecimento aprofundado. Há muitos atendentes para cada consumidor, o que faz com que ele sinta que tem um tratamento VIP.

"Mas, muitas vezes, os funcionários não têm um treinamento de qualidade e faltam informações profundas do produto que estão vendendo", afirma o especialista

Mas não basta saber onde cada empresa ou país peca no atendimento. Para dar resultado, é necessário fazer mais do que enviar relatórios aos donos das companhias.

Segundo Bare, o importante é passar as avaliações aos funcionários. O vendedor só poderá aprimorar sua estratégia de vendas se ele souber que oportunidades pode perder, por exemplo.

"Assim, eles se sentem participantes do negócio, ficam mais interessados em seu próprio trabalho e se esforçam mais", diz ele.

Detalhes caros 

Além de corrigir erros, é papel das empresas de cliente oculto apontar boas práticas e formas de aumentar as vendas.

Serviços financeiros, como bancos ou seguradoras, por exemplo, perdem ao não apresentar novas opções de investimentos ou serviços.

"Vemos apenas que metade dos atendentes de banco oferecem um produto melhor. Nas outras vezes, eles perdem a oportunidade", afirma o executivo.

Já em hotéis, o problema é não ser específico ao conversar com o consumidor. Segundo Bare, a pergunta "estava tudo certo?" é genérica demais.

Ao fazer o check out, o recepcionista deveria perguntar, ao invés disso, se o quarto estava confortável, se as refeições estavam gostosas e se ele precisa de ajuda com transporte, por exemplo.

Ao deixar de fazer essas perguntas, as companhias pedemm oportunidades de solucionar problemas e vender novos produtos.

Acompanhe tudo sobre:Atendimento a clientesEntrevistasGestão de pessoasgestao-de-negociosTrabalho em equipe

Mais de Negócios

Os planos da Voz dos Oceanos, nova aventura da família Schurmann para livrar os mares dos plásticos

Depois do Playcenter, a nova aposta milionária da Cacau Show: calçados infantis

Prof G Pod e as perspectivas provocativas de Scott Galloway

Há três meses, marca de hair care Braé lançou produtos para magazines que já são 10% das vendas

Mais na Exame